Família de idoso que morreu sem atendimento quer até R$ 500 mil de indenização

“Negligência e omissão”. Para Cristiane de Oliveira Freitas, viúva de Pedro Teixeira, 84, essa foi a causa da morte do idoso no Hospital Regional no dia 12 de dezembro de 2024. Ela alega que o marido já era paciente cardíaco do hospital e que, ao chegar pedindo socorro com dores no peito, esperou por horas sem atendimento até morrer na recepção do PAM (Pronto Atendimento Médico). Por isso, agora a família vai entrar com ação indenizatória contra o Hospital e o Estado do Mato Grosso do Sul. “Vamos entrar com ação pedindo indenização por danos materiais e morais, já que Pedro era provedor da casa e Cristiane tem necessidade de atenção especial, por conta de problemas neurológicos. Não temos certeza ainda do valor, mas provavelmente vai ser em torno de R$ 300 mil a R$ 500 mil contra o HR e o Estado, que administra o hospital”, explica o advogado Tiago Nasser, que vai representar a família do senhor no caso. O advogado explicou que a família vai buscar danos materiais porque a aposentadoria e outras rendas do idoso ajudavam financeiramente no tratamento de Cristiane, que agora fica dependente do auxílio Loas, que recebe por problemas de saúde. Sobre os danos morais, a família explica que não existe valor que represente a morte do idoso, mas que responsabiliza o hospital pela falta de socorro. Tiago ainda relatou que já recebeu a família e deve dar entrada na ação na próxima semana.  O caso –  Cristiane estava com o marido no hospital e, no dia da morte, contou ao Campo Grande News que tanto Pedro quanto ela pediram por ajuda diversas vezes no PAM, mas não passaram da recepção. Ainda de acordo com ela, ele esperou por cerca de quatro horas sem ser atendido. Quando teve um colapso, ainda na recepção, uma testemunha registrou vídeo das equipes médicas prestando socorro, mas sem sucesso. “Ele estava gemendo de dor. Foi muito desumano. Falei para as atendentes que ele estava com dores no peito, ele tinha problemas cardíacos, elas falaram para esperar porque não tinha médico. Não podiam fazer nada. Agora ele está no caixão.”, relatou a esposa sobre o ocorrido. Hospital Regional – À época, o hospital respondeu em nota dizendo que, em respeito a todos os envolvidos, ao sigilo legal dos prontuários médicos e à Lei Geral de Proteção de Dados, não iriam se pronunciar sobre casos específicos e tem apurado internamente todos os detalhes do atendimento. Ainda explicaram que o PAM estava enfrentado superlotação, com quase três vezes mais pacientes do que a capacidade de atendimento no dia.  Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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