‘Dona Maria’, mulher apontada como maior traficante da Bahia, é presa

A mulher considerada a maior traficante de drogas e armas da Bahia foi presa novamente na noite de sexta-feira (24), quase quatro anos após ser libertada por meio de um habeas corpus.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Jasiane Teixeira foi localizada em São Paulo (SP), onde morava, após uma operação conjunta entre as polícias dos dois estados.

Conhecida como “Dona Maria”, ela era considerada foragida desde que foi condenada a 14 anos de prisão por homicídio na Bahia. No entanto, a data da condenação e mais detalhes sobre o crime não foram divulgados.

Com Jasiane, foram encontrados R$ 66 mil em dinheiro, anotações relacionadas ao tráfico de drogas e celulares. Todo o material foi apreendido e encaminhado à delegacia, juntamente com ela. A mulher passará por audiência de custódia, e a Justiça de São Paulo decidirá se ela permanecerá no estado ou será transferida para a Bahia.

Segundo a SSP-BA, informações preliminares indicam que “Dona Maria” ainda está casada com um homem suspeito de integrar uma facção criminosa paulista. Contudo, as equipes das polícias da Bahia e de São Paulo não conseguiram localizar o homem até o momento.

Além do homicídio, tráfico de drogas e armas, Jasiane também é investigada por comandar atividades criminosas em Jequié, no sudoeste baiano, incluindo roubos, falsidade ideológica e corrupção de menores.

Última prisão e investigação

Jasiane Teixeira, conhecida como “Dona Maria”, foi presa no dia 25 de setembro de 2019, em Biritiba Mirim (SP), após investigações realizadas pela polícia baiana. Na época, ela estava no Baralho do Crime da Secretaria de Segurança do Estado (SSP-BA), figurando como a dama de copas. Essa ferramenta reúne informações e fotos dos criminosos mais procurados do estado, sendo um importante instrumento no auxílio à captura dos foragidos.

Após a prisão, Jasiane foi transferida para Salvador sob um rigoroso esquema de segurança, no dia 27 de setembro de 2019. Ela foi transportada em uma aeronave do Grupamento Aéreo da PM (Graer), com pés e mãos algemados e os olhos vendados. No dia seguinte, foi apresentada à imprensa, onde alegou ser inocente.

A polícia ainda investiga o envolvimento de Jasiane na morte de um agente penitenciário e sua participação na compra de armamentos pesados, como fuzis e granadas, para os grupos criminosos que chefiava.

Em 2019, a polícia de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, apreendeu uma aeronave usada para transportar drogas e armas da Bolívia, Venezuela, Colômbia e Peru, sob operação de Jasiane. Três homens foram presos na ação, e o avião foi leiloado em 2020 por R$ 800 mil.

Jasiane permaneceu no Conjunto Penal de Juazeiro, no norte da Bahia, até março de 2020, quando obteve um habeas corpus. A decisão da Justiça da Bahia a libertava, isentando-a de monitoramento eletrônico e prisão domiciliar. A defesa de “Dona Maria” argumentou que a prisão preventiva havia sido revogada por ser considerada ilegal, conforme decisão do desembargador Lourival Almeida Trindade.