“Centro de Vitória persiste e vive. Nunca foi morto”, diz escritora em novo livro

Kadidja Fernandes/at
camila é arquiteta, pesquisadora e apaixonada pelo centro de Vitória

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Kadidja Fernandes

“O Centro persiste e vive. O Centro nunca foi morto!”, garante a pesquisadora e arquiteta capixaba Camila Benezath. E ela pode provar!Camila lança no próximo dia 9, às 10h, na Escadaria da Piedade, o livro “Praças, Bares e Tambores: desvios de um Centro em transformação”, resultado da sua pesquisa de Doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia. No livro, a autora questiona a ideia de esvaziamento do Centro e resgata sua memória viva a partir da abordagem de três temáticas principais: o uso do espaço público por crianças, o Carnaval de rua e os bares.Camila, que é moradora e apaixonada pelo Centro, propõe uma nova leitura sobre o passado e o presente da região, com direito a documentos, fotografias, mapas, músicas e depoimentosat2 – Qual a importância do livro para o centro de Vitória e seus moradores?Camila Benezath – O livro procura valorizar os moradores do bairro, que vão poder se reconhecer em algumas histórias. Ao mesmo tempo, vão conhecer um pouco mais sobre onde vivem. at2 – O uso do espaço público por crianças, o Carnaval de rua e os bares têm conexão entre si?Camila Benezath – Com certeza! As crianças, os brincantes do Carnaval e os frequentadores dos bares são pontos de rupturas, corpos desviantes que produzem outras formas de estar nas ruas e reivindicam outras representações para o centro de Vitória e de tantas outras cidades. São eles que constantemente escapam às modulações e seguem rumo a múltiplas possibilidades de criação, por meio da criatividade, da imaginação e da capacidade de perceber o outro. São essas posturas em devir-criança e que permeiam todo o livro. at2 – Falar que o bairro está abandonado seria um exagero?Camila Benezath – Abandonado por quem, né? O que tivemos foi um direcionamento de investimentos voltados à classe média e alta em outras áreas da cidade, atrelado à mudança de endereço de repartições públicas, especialmente na década de 1980. Tudo isso contribui para a imagem do Centro abandonado. Mas o comércio continuou existindo e as pessoas continuam morando aqui. Ao invés de falar de abandono, preferi falar da vida, que segue pulsando pelas ruas do bairro.at2 – Para você, qual a cara do Centro hoje?Camila Benezath – O Centro é a cara da diversidade. Diversidade de manifestações culturais, construções, classes socioeconômicas, faixas etárias. São muitas camadas da história que se sobrepõem aqui.at2 – Qual a mais bonita memória que você tem do Centro?Camila Benezath – A primeira coisa que me vem à cabeça é de quando eu era criança e caminhava de mão dada com minha avó em direção à Costa Pereira ou à escola. Desde pequena, eu caminho por essas ruas, mas até hoje alguma coisa nova ainda me chama atenção e me emociona muito.Serviço“Praças, Bares e Tambores”autora: Camila Benezatheditora: Cousapáginas: 206preço: R$ 60sorteio: A Tribuna vai sortear um exemplar no site tribunaonline.com.br/promocoes.

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