Polícia Civil prende falso herdeiro que tentou se apropriar de herança de R$ 9 milhões RS

A Polícia Civil desarticulou um esquema de fraude envolvendo um falso herdeiro que tentou se apropriar de uma herança de R$ 9 milhões deixada por uma idosa falecida em Pelotas, no sul do Estado. A investigação resultou na prisão de um dos suspeitos e na expedição de mandado de prisão contra outro envolvido, que segue foragido.

A idosa, que morreu em julho de 2020, não tinha familiares próximos conhecidos. No entanto, um homem de 55 anos, residente no Nordeste, se apresentou na Justiça como irmão por parte de pai, levantando suspeitas entre sobrinhos da falecida. Eles registraram ocorrência na Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID) no início deste mês, dando início à investigação.

Na quarta-feira (5), a Operação Falsus Heres III cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O suspeito de ser o mentor do golpe foi preso em Natal, enquanto o homem que se apresentou como herdeiro segue foragido.

Uso de documentos falsos

A investigação revelou que o falso herdeiro obteve autorização judicial para usufruir dos bens da idosa com o uso de documentos falsificados. Ele chegou a transferir para seu nome dois imóveis avaliados em cerca de R$ 1 milhão. Com as recentes diligências, os bens foram sequestrados e as contas bloqueadas.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito fraudou uma certidão de nascimento para constar como filho do mesmo pai da idosa falecida. Com essa documentação, conseguiu emitir uma nova carteira de identidade em um estado diferente e pleitear a herança. A investigação também apura se houve participação de funcionários de cartórios na emissão dos documentos falsos.

Outro homem, de 44 anos, também foi identificado como participante do esquema. Ele já havia sido indiciado anteriormente por fraudes similares e foi preso, optando por permanecer em silêncio durante o interrogatório.

Viagem ao RS e descoberta da fraude

A polícia descobriu que, no final do ano passado, os dois investigados viajaram juntos ao Rio Grande do Sul para tratar de trâmites relacionados à herança. O mentor do golpe teria acompanhado o falso herdeiro em visitas a cartórios e bancos para garantir a execução da fraude.

O caso só veio à tona quando os sobrinhos da idosa iniciaram o processo de inventário e descobriram que um suposto irmão dela já havia se habilitado como herdeiro na Justiça. A desconfiança levou à investigação, que contou com apoio da Polícia Federal para a identificação do suspeito. Comparações de dados faciais e impressões digitais confirmaram que ele possuía dois documentos de identidade com nomes distintos, emitidos em estados diferentes.

Os investigados responderão por estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa. A polícia segue investigando se outras pessoas participaram do esquema ou colaboraram com a fraude.

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