Nova espécie de perereca-macaco é descoberta em parque de MS

Pesquisadores identificaram uma nova espécie de perereca-macaco no Parque Natural Municipal do Pombo, em Três Lagoas, a 275 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A descoberta foi feita por cientistas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), durante uma expedição ao local. A pesquisa foi liderada pelos cientistas Sarah Mangia e Diego Santana, membros do Laboratório de Biologia e História Natural de Anfíbios e Répteis (Mapinguari), e contou com a colaboração de Thiago Pezzuti, da Unesp. A confirmação da nova espécie foi realizada por meio de análises genéticas conduzidas pelos especialistas Rafael Magalhães, da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei), e Raíla Araújo, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).  Atualmente, a espécie está em processo de descrição e nomeação oficial, o que significa que será formalmente registrada e batizada pela comunidade científica em breve. Após a registro oficial, o anfíbio se juntará as outras 22 espécies já catalogadas de perereca-macaco. Imagens da nova espécie serão divulgadas em breve, proporcionando um registro visual dessa descoberta científica. A perereca-macaco pertence ao gênero Pithecopus e apresenta características peculiares que a diferencia de outras espécies. Um dos aspectos mais notáveis é seu comportamento reprodutivo: ao contrário de muitos anfíbios, que depositam seus ovos diretamente na água, essa espécie utiliza folhas de árvores para abrigar sua desova.  Durante o amplexo — processo no qual o macho segura a fêmea para a fecundação —, os indivíduos escolhem folhas sobre a superfície da água, onde depositam seus ovos e dobram as folhas como um canudo, fixando-as com uma secreção especial. Esse método garante que, ao eclodirem, os girinos caiam diretamente na água, otimizando suas chances de sobrevivência. Outro traço marcante da espécie é sua coloração vibrante. A perereca-macaco apresenta tonalidades esverdeadas predominantes, que ajudam na camuflagem, combinadas com padrões coloridos nas pernas e flancos. Além disso, esses anfíbios possuem olhos grandes e são de hábitos noturnos, aproveitando a escuridão para caçar pequenos invertebrados entre folhas e galhos. O Parque Natural Municipal do Pombo, um dos maiores complexos de preservação do Cerrado, abriga uma rica biodiversidade de flora e fauna. A descoberta da nova espécie de perereca-macaco se soma a outros estudos desenvolvidos na região, que incluem pesquisas sobre comportamento animal e parasitismo em anfíbios. No parque, o pesquisador Juan Carrillo, da Unicamp, investiga o comportamento de diferentes espécies de anfíbios, enquanto Luciano Anjos, da Unesp, estuda a ecologia do parasitismo nesses animais. A descoberta reforça a importância da conservação ambiental e do investimento em pesquisas científicas para a compreensão dos ecossistemas locais. A Prefeitura de Três Lagoas, que confirmou a descoberta da nova espécie, reforçou que apoia os estudos na região e destacou a relevância do Parque do Pombo na proteção da biodiversidade.