200 policiais vão começar a usar câmeras nas fardas este mês

Guilherme Pacífico disse que será afastada a ideia de que a câmera corporal irá reprimir o trabalho policial | Foto: Fabio Nunes/AT

PMs já usam câmeras corporais nas ruas

Na foto: Subsecretáriode Estado de Comandoe Inovação, Gulherme Pacífico, mostrando a câmera.

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Policiais militares do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e da 12ª Companhia de Jardim Camburi, em Vitória, vão começar a usar câmeras em suas fardas a partir do dia 18 deste mês, segundo Guilherme Pacífico, subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).Ainda em fase piloto, o projeto abrange 200 câmeras. Nos últimos meses, os equipamentos estavam sendo testados e implementados internamente.Por vez, 100 policiais devem usá-los para a patrulha nas ruas. O subsecretário explica que, como a bateria dura 12 horas, será feito um revezamento, com metade das câmeras sendo utilizadas e a outra na estação de carregamento.Um dos objetivos do projeto, segundo ele, é proteger e salvaguardar a atividade policial. Até porque as gravações também poderão ser usadas para treinamento das forças policiais.“A gente vai ajudar a afastar esse pensamento de que a câmera vem para tolher o trabalho policial. Pelo contrário, vem para amplificar sua atividade. O bom policial não precisa se preocupar”, ressaltou.A expectativa é de que ocorra ampliação das bodycam ainda este ano. “A gente está trabalhando para, no universo deste ano, contratar bodycam para 10% das forças policiais”, disse o subsecretário.Ele acredita que de 1.000 a 1.500 câmeras corporais seriam o suficiente para esse contingente.Com investimento inicial de R$ 1,8 milhão, uma das preocupações da Sesp é garantir o retorno para a sociedade.Por esse motivo, um grupo de trabalho foi instituído para conduzir o projeto. Ele está realizando um estudo, até o final de abril, que compreenderá regras para o uso das bodycam pelos policiais e procedimentos para garantir a cadeia de custódia pela Polícia Científica.“Estamos fazendo tudo para ter tranquilidade de fazer esse robusto investimento público. Essas câmeras não são baratas. Mas se trata de um equipamento forte, que suporta intempéries”, disse Guilherme Pacífico.O subsecretário destaca que as gravações das câmeras não podem ser nem editadas, nem alteradas.No futuro, espera o subsecretario, as câmeras serão utilizadas em todas as atividades policiais para enfrentamento contra o crime.Objetivo é ter mais segurança e transparência nas ruasO uso das câmeras nos uniformes policiais não é um consenso no debate público. Mas os capixabas se mostraram favoráveis, quando questionados pela reportagem da TV Tribuna/Band.A segurança foi o principal motivo destacado pelos entrevistados. Segundo eles, o dispositivo acoplado à farda será útil para todas as partes: cidadãos, policiais e, até mesmo, para os criminosos.“Será positivo para os policiais e para os meliantes, porque é uma prova a mais durante as ações”, destacou o carteiro Joacir Leite.“Acredito que a câmera é mais uma comprovação de que o policial está fazendo o serviço bem feito”, reforçou o funcionário público Luis Antônio.Segundo relatório realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o uso das câmeras corporais permitiu a redução de 76,2% na letalidade dos policiais militares em serviço entre 2019 e 2022, enquanto nos demais batalhões a queda foi de 33,3%.O número de adolescentes mortos em intervenções de policiais militares em serviço caiu 66,7%, passando de 102 vítimas em 2019 para 34 em 2022.

Sede da
12ª Companhia
de Jardim Camburi, em Vitória: agentes vão fazer uso do dispositivo acoplado à farda a partir deste mês | Foto: Divulgação

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de Jardim Camburi, em Vitória: agentes vão fazer uso do dispositivo acoplado à farda a partir deste mês | Foto: Divulgação

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ModernidadeOutro ponto levado em consideração é que as câmeras estão por todo lugar, aponta Guilherme Pacífico, subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).“Hoje a gente já vive um grande reality show. Há câmeras gravando em qualquer circunstância: celular, imprensa… Ou seja, o policial não tem como fugir dessa realidade. A tecnologia de áudio e vídeo faz parte da sociedade moderna”.O objetivo no futuro breve, segundo o subsecretário, é que as câmeras possam ser utilizadas em diversos ambientes operacionais, desde patrulhas nos bairros até policiais especializados, como batalhões de cães.“O Espírito Santo está investindo com muita tecnologia para auxiliar o trabalho policial. Trata-se de uma politica para aperfeiçoar o sistema de segurança pública”, disse Guilherme Pacífico.Saiba mais Tecnologia As câmeras corporais são acopladas nas fardas dos policiais. Elas fornecem a localização de quem porta o equipamento, a identidade do policial, data e hora.Funciona como radiocomunicador, em 3G, 4G e wi-fi, permitindo o compartilhamento em rede. A princípio, as gravações precisam ser iniciadas pelo próprio agente.As imagens não podem ser editadas, sendo armazenadas por, no mínimo, 90 dias.Os equipamentos são resistentes à agua, a altas temperaturas e a locais altos.ImplementaçãoA implantação das câmeras nas fardas vem sendo estudada desde 2022. Até abril, o grupo de trabalho instituído para a condução do projeto finalizará estudo técnico preliminar para futuras aquisições.Esse estudo compreende: análise da integração das câmeras com as demais tecnologias no Estado e seu uso no dia a dia e treinamento dos policiais.Regras que deverão ser implementadas para proteger as gravações e garantir seu uso como prova em processos, entre outros, também serão analisadas.FuncionamentoTambém está sendo analisado em quais momentos as câmeras deverão funcionar.experiências de outros estados do País apontam que 40% das imagens gravadas não têm relação com o crime, como momentos de almoço dos policiais.Outros locaisA Polícia Penal foi a primeira a ter bodycam no Estado, tendo sido implantada em fevereiro de 2023.A ferramenta é usada por policiais penais que atuam como chefes de equipe e segurança nos presídios.O município da Serra está realizando estudos técnicos para regulamentação do uso das câmeras corporais pela Guarda Municipal.AlertaNão se deve generalizar o trabalho da força policial, alerta o subsecretário de Comando e Inovação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Guilherme Pacífico.ele se refere ao caso que aconteceu no último dia 31 de janeiro, quando um jovem de 20 anos foi morto em Colatina, no Noroeste do Estado.A Sesp informou que a implementação estava programada, não tendo sido adiantada por causa desse caso.Fonte: Sesp e pesquisa A Tribuna.

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