“Ainda sonho ser campeão mundial”, diz Yamaguchi Falcão, boxeador capixaba

YAMAGUCHI FALCÃO é medalhista olímpico e está trabalhando como motorista de aplicativo na Grande Vitória

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Leone Iglesias/AT

Medalhista de bronze nas Olimpíadas de Londres, em 2012, e prata no Pan-americano de Guadalajara, em 2011, o boxeador capixaba Yamaguchi Falcão, 37 anos, deseja voltar aos ringues ao longo deste ano.Sem oportunidades e precisando investir o tempo em outros meios para conseguir recursos financeiros, o pugilista está trabalhando como motorista de aplicativo na Grande Vitória, além de dar aulas de boxe para crianças e adultos. “A vida de atleta no Brasil, sem apoio e sem patrocínio, é difícil. A gente precisa colocar comida na mesa. Esse foi um jeito honesto que eu encontrei para trabalhar”, explicou Yamaguchi. Sua última luta oficial aconteceu em abril de 2023, quando perdeu a disputa do cinturão da Associação Mundial de Boxe (WBA) para o cubano David Morrell. Contudo, o lutador tem a certeza de que irá recuperá-lo.

LUTADOR CAPIXABA conquistou oito cinturões internacionais na carreira, e foi campeão brasileiro na categoria de super-médios (até 76 kg)

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“Estou competindo ainda. Com a falta de apoio que eu tive no ano passado, eu acabei ficando sem lutar, porque o atleta quando vai competir, tem que estar bem preparado e focado, e eu não encontrei o tempo para isso. Até porque, se eu fizesse isso, minha família iria sofrer muito financeiramente”, contou Yamaguchi.“Mas esse ano eu volto, com foco, porque eu ainda tenho o sonho de ser campeão mundial e nada, nem ninguém, tira isso de mim”, frisou. Conquistador de oito cinturões internacionais ao longo da carreira, e campeão brasileiro na categoria de super-médios (até 76 kg), o capixaba de São Mateus, e que hoje é morador da Serra, lamentou a falta de reconhecimento que os medalhistas olímpicos possuem no Brasil. “Eu tenho o costume de falar que fui medalhista olímpico em 2012, conquistando uma medalha, e não valeu de nada”.“Todo brasileiro que conquista uma medalha nas Olimpíadas merecia, pelo menos, uma aposentadoria. Assim, ele ficaria mais tranquilo. Eu não tive tempo de estudar e me formar, mas tive para treinar, focar e trazer uma medalha olímpica”, afirmou. Contudo, ele segue otimista de que irá se reerguer na carreira e retornar aos holofotes mundiais. “Acho que Deus tem um plano muito grande para mim e estou pronto para ele. Acredito muito que vou ser campeão do mundo, com meu boxe e potencial. Tenho certeza que tem muita gente que é fã do Yamaguchi. Estou um pouquinho esquecido, mas logo serei celebrado mundialmente”, concluiu.

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