Com tanto álcool, o estômago de quem bebe tem dono no Carnaval?

Mesmo sabendo que algumas bebidas vendidas no Carnaval são de procedência duvidosa, jovens na Esplanada Ferroviária ignoram o fato e consomem os líquidos coloridos até em baldes. A novidade deste ano levantou dúvidas sobre a originalidade de whiskys, gins e vodkas que saem como água nas noites de folia. Com relatos de pessoas passando mal após consumirem as bebidas em outros pontos do país e na própria Esplanada, o  Lado B foi entender direto com quem consome se dá para diferenciar o fake do original e se de fato o estômago e fígado de quem bebe “não tem dono”. Os foliões Felipe Alex e Carlos Eduardo explicam que muitos lugares não vendem bebidas originais mas que mesmo assim, no Carnaval está liberado o consumo. Para eles não tem a ver com a qualidade e sim com a quantidade.  “Nada que não cure depois. Qualquer coisa que entregar a gente toma. É Carnaval. Tem coisa que a gente sabe que não é original porque está muito mais barato que no mercado, por exemplo. Se fosse original não compensaria pelo valor que estão vendendo”. Bruno Arguelho trabalha com bebidas no dia a dia e afirmou que dá para perceber se o conteúdo é original ou não pela cor. No caso do whisky. Quanto mais claro for, mais falsificado é, seguindo ele. “O produto é amadeirado e a cor do original e o cheiro é mais forte também. Quando estou “são” não sou enganado. Agora quando estou muito fora de mim nem percebo. O preço está muito barato, até na distribuidora é mais caro. Quando ver muito barato desconfie! Só de olhar o preço, copão de whisky a R$10 é falso. Até o original faz mal, imagina o falsificado”. As amigas Beatriz Camargo e Laís Moraes, afirmam que os whiskys vendidos no local não são originais. Segundo Beatriz, tem vendedor ambulante – fora da área demarcada para que eles estejam – que vende três copos da bebida por R$25. “Dá para saber porque é bem ruim. A gente tem certeza que é falsificado por isso e também porque é aguado e eles colocam pouco para gente não perceber e bastante energético”, comenta Laís. “Vai dar ruim dependendo do que a pessoa tomar, não ver o que estão colocando. No outro dia dor de cabeça e passar mal é falsificado”, completa Beatriz.  Uma delas até confessa já ter usado da tática durante um aniversário de comprar a bebida barata e colocar na garrafa cara para enganar os convidados. Para entender isso pela ótica de quem vende, o Lado B  também entrevistou comerciantes, que afirmaram que o valor oferecido pelos copos – um dos motivos da desconfiança – se dá pela distribuidora fazerem “promoções” de acordo com número de garrafas adquiridas. Ou seja, quanto mais a pessoa compra, mais barato fica. Na Esplanada os copões são vendidos, em média, de R$10 a R$20. Vitória Carolina, de 19 anos, conta que compra uma garrafa de whisky Red Label por R$100, já um Jack Label Johnnie Walker por R$ 140. A distribuidora, segundo ela, fica no bairro Aero Rancho.  Por noite saem em média de 4 garrafas de cada bebida oferecida. Elas são vendidas em copos de 500ml com duas doses e meia em cada, o resto do conteúdo é de gelo saborizado e energético.  Em outra barraca, o Red Label foi comprado a R$95 e o Gin de R20 a R$30.  Segundo o vendedor é possível baratear o valor pelo número de garrafas que eles compam na distribuidora. Quanto maior o estoque melhor. Ele explica que é diferente de juntar uns amigos para vender no Carnaval.  Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .
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