Ferrovia Carajás é liberada para viagens de passageiros entre o Pará e o MA


Manifestação de indígenas da etnia Gavião impediu a circulação do trem para cerca de seis mil passageiros. Quem desejar, ainda pode pedir o reembolso das passagens. Trem de passageiros da Vale
Marcus Desimoni/NITRO
A Vale informou que a Ferrovia Carajás foi desinterditada, na tarde da última sexta-feira (14/03), após vários dias de protesto por parte da indígenas da etnia Gavião da Terra Indígena Mãe Maria, no estado do Pará.
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A manifestação resultou na interdição da ferrovia, impedindo a circulação do transporte de cerca de seis mil passageiros, além de minério de ferro, por quase uma semana.
Mesmo após a desinterdição, a circulação do trem de passageiros segue suspensa neste sábado (15/3) e domingo (16/3) para inspeção da via e manutenções. As circulação do trem só será retomada a partir de segunda-feira (17/03), segundo a Vale.
Trecho da Ferrovia Carajás, entre Marabá e Bom Jesus do TO e PA são Liberados
A Ferrovia Carajás realiza viagens de trem de São Luís, no Maranhão, até Parauapebas, no Pará. São cerca de 1.500 passageiros por viagem, em média, entre os estados.
Reinvindicação dos indígenas é antiga
Os indígenas instalaram tendas no ponto de bloqueio, que fica entre os municípios de Bom Jesus do Tocantins e Marabá, no Pará.
Veja também: Indígenas da Amazônia fazem protesto contra a Vale e bloqueiam ferrovia
De acordo com os manifestantes, a mineradora Vale ultrapassou os limites de atuação na área e invadiu cerca de 500 metros que pertence à TI.
Viagens do trem de passageiros da Ferrovia Carajás continuam suspensas
Segundo o grupo, a área onde a mineradora construiu a ferrovia é essencial para a subsistência das 32 aldeias localizadas na região. As reivindicações existem desde a construção da ferrovia, na década de 1980 – quando também a TI foi homologada, em 1986, para abrigar quatro povos indígenas.
A empresa diz que todas as obrigações previstas no acordo aprovado pelas associações indígenas e homologado pelo Poder Judiciário estão sendo cumpridas integralmente (veja a nota no final da reportagem).
Reembolso de passagens
Durante a semana de interdição, várias viagens precisaram ser canceladas na ferrovia. Nesse caso, o passageiro afetado deve seguir alguns passos para pedir reembolso.
De acordo com a Vale, que opera a Ferrovia Carajás, os passageiros podem remarcar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem no prazo de até 30 dias. Caso o consumidor deseje novas informações, é possível pelo canal Alô Vale (0800 285 7000).
Trem de Passageiros da Vale
Divulgação/Vale
O que diz a Vale
A Vale informou que ‘está aberta ao diálogo com a comunidade e Poder Público’ e que as obrigações assumidas pela companhia, previstas em acordo aprovado pelas associações que representam as comunidades indígenas e homologado pelo Poder Judiciário, vêm sendo cumpridas integralmente, conforme já informado à comunidade.
A empresa diz ainda que ‘respeita o legítimo direito à manifestação’, mas sem impedir o direito das pessoas de ir e vir e das empresas em desempenharem suas atividades e, sobretudo, que não ameace a segurança das pessoas.
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