Polícia investiga esquema de lavagem de dinheiro envolvendo facção criminosa e empresa que opera cantinas em presídios do RS

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (18) investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria ligação com uma facção criminosa do Vale do Sinos e uma empresa responsável pelo abastecimento de cantinas em prisões gaúchas.

A investigação aponta que os refeitórios das unidades prisionais estariam sendo utilizados para movimentação de recursos ilícitos. Diversos municípios do Estado estão entre os alvos.

De acordo com as autoridades, a empresa investigada gerencia cantinas em diversas penitenciárias do Estado. Além dos valores obtidos legalmente com a venda de produtos aos detentos, há indícios de que dinheiro proveniente do tráfico de drogas e de outros crimes também circulava nas contas da empresa. Movimentações financeiras atípicas foram identificadas, totalizando cerca de R$ 32 milhões em menos de dez meses.

O esquema envolveria o uso de intermediários para ocultar a origem dos recursos. Valores obtidos por meio de golpes e extorsões eram repassados para terceiros e, posteriormente, destinados à empresa por meio de transações eletrônicas. Parte do montante era registrada como pagamento de produtos vendidos nas cantinas prisionais.

As investigações também apontam que a empresa já foi alvo de suspeitas relacionadas à entrada de armas e drogas em presídios, utilizando cargas de alimentos como fachada. Em 2021, entorpecentes foram encontrados escondidos em potes de achocolatado transportados para dentro das unidades prisionais. No mesmo ano, uma arma de fogo foi apreendida em um dos caminhões que abasteciam as cantinas.

Em uma decisão judicial de novembro de 2024, a Justiça determinou a suspensão do serviço de cantina em uma penitenciária da Serra devido a indícios de lavagem de dinheiro e irregularidades na comercialização dos produtos. A inspeção realizada na unidade prisional identificou movimentações financeiras incompatíveis com os valores que deveriam circular dentro do presídio.

A operação desta terça-feira busca reunir mais provas sobre o esquema e responsabilizar os envolvidos. As investigações continuam para determinar a extensão da participação da empresa e sua relação com a facção criminosa.

Matéria em atualização

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