Em desfile de cosplay, teve quem pagou mais de R$ 6 mil em fantasia

Teve cosplay de personagem que acende e apaga a luz do mundo, feiticeira do League of Legends, assassino profissional do Call of Duty e até streamer fictícia do submundo da internet. No Dia da Cultura Geek do Festival Campão Cultural, o que não faltou foi criatividade, talento e muito amor pelo universo nerd. E teve gente que levou isso a um novo nível. O fiscal de loja Cristiano Gabriel, de 24 anos, não economizou: investiu R$ 6.800 no cosplay de Ghost, personagem da franquia Call of Duty. “Isso aqui é equipamento real de airsoft, que eu já tinha. Aí só complementei com o que o personagem tem”, explica. João Paulo, de 32 anos, amigo de Cristiano, também apostou na versão “ossos” do mesmo personagem. Estudante e veterano no cosplay há quatro anos, ele lembra que no início não era fácil manter o hobby. “O cenário era difícil, pouca gente participava. Mas a gente foi persistindo, os amigos incentivaram, e hoje tá aí, crescendo cada vez mais”, pontua. E crescer é pouco. Quem passou pelo Centro Cultural José Octávio Guizzo na noite deste sábado viu de tudo: personagens de anime, videogames, séries, quadrinhos e até da cultura pop em geral. De La Casa de Papel à banda Kiss, o clima era de celebração. A advogada Amanda Campos, de 28 anos, impressionou com um look detalhadamente construído da personagem Viviana Drost, do jogo Arknights. “É o meu maior investimento até agora. A roupa veio da China, a armadura uma amiga de Curitiba fez, a espada é de um cosmaker daqui”, detalha. Apesar de não revelar o valor total, brinca com o meme: “Esse segredo eu não conto pra ninguém”, diz. O amor pelo cosplay veio antes da advocacia. “A vontade era ser cosplayer desde os 14 anos. Quando desfilei pela primeira vez em 2023 e fiquei no pódio, pensei: isso me faz feliz”, acrescenta.  Quem também entende disso é Lorena Cavalcante, de 20 anos, que escolheu representar Syndra, personagem de League of Legends. Ela lembra como tudo começou: “Um amigo falou que eu parecia uma personagem de quadrinho. Eu fui atrás e me apaixonei. Fiz meu primeiro cosplay no Campão de 2022”, relata. O look deste ano custou quase mil reais, com direito a peça em impressão 3D e sapato customizado. Veterana na cena cosplay de Campo Grande, Naomi Inagaki, de 30 anos, começou há mais de 12. “Naquela época era tudo mais difícil. Hoje tem mais informação, sites acessíveis e materiais mais variados.”  No evento, ela surgiu como Návia, de Genshin Impact, com peruca feita do zero e um machado gigante que também foi criação própria. “Mesmo comprando a base, eu gosto de dar meu toque. Modifico acessórios, refaço peças… é a parte que mais gosto”, finaliza.] Na outra ponta da linha do tempo geek está Alice Freitas, de 17 anos. Estreante recente, ela apareceu como K-Angel, do jogo Needed Streamer Overdose. “É minha segunda vez em concurso. Gastei uns R$ 300 e confeccionei os detalhes do cabelo. Amo esse universo, me tira da realidade”, explica. Em um evento que reuniu famílias e pessoas de todas as idades, o Campão Geek mostrou que a cultura nerd é viva e resiste em Campo Grande, seja por diversão, escape da rotina ou pura arte. Siga o Lado B  no  WhatsApp , um canal para quebrar a rotina do jornalismo de MS! Clique aqui para acessar o canal do Lado B e siga nossas redes sociais .
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