
Para investidores que buscam retornos acima do CDI sem abrir mão da segurança, os fundos imobiliários HSAF11, CVBI11, OUJP11 e VRTA11 se destacaram nos últimos 12 meses, oferecendo rendimentos atraentes e figurando entre os líderes em retorno no ranking de crédito high grade.

A liderança do levantamento, elaborado pela Rio Bravo Investimentos, ficou com os fundos HSAF11, CVBI11 e RBHG11, que superaram os 12% de rendimento acumulado no período.
O HSAF11 (HS Crédito Imobiliário High Grade) ficou em 1º lugar com um retorno de 13,2%, seguido de perto pelo CVBI11 (VBI CRI) com 13%, e o RBHG11 (Rio Bravo Crédito High Grade), com 12,7%, todos com média mensal acima de 1%.

Já o VRTA11 ocupou a 5ª posição do ranking. Em fevereiro, o FII encerrou com lucro de R$ 14,1 milhões e distribuição de R$ 0,85 por cota, o que representou um dividend yield de 1,08%, ou 129% do CDI. O fundo ainda acumula R$ 0,64 por cota em reservas e negocia com desconto (P/VP de 0,91x).
Na 6ª colocação, o OUJP11 fechou março com lucro de R$ 4,56 milhões e um retorno total de 1,01%, também superando o CDI e o IMA-B 5. A distribuição foi de R$ 0,95 por cota, com resultado gerado de R$ 1,40 e um saldo retido de R$ 1,07 por cota.
A carteira segue concentrada em CRI de alta qualidade, com predominância de indexação ao IPCA (68%) e CDI (31%).
O levantamento da Rio Bravo considera fundos com alocação majoritária em ativos de crédito de baixo risco — os chamados “high grade” — valorizados por sua estabilidade e menor probabilidade de inadimplência.
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Fundos imobiliários “baratos”: 20 FIIs com desconto de 35%
Mesmo com um mês de março de bons resultados para os FIIs, de modo geral, o setor segue descontado, ou seja, com preços de mercado abaixo de seu valor patrimonial.
Segundo dados da Economatica, empresa de inteligência de mercado do Grupo TC, o P/VP médio do mercado na virada do mês para os componentes da carteira teórica do IFIX era de 0,88x, levemente superior ao começo de março, quando o indicador era de 0,85x.
No setor mais descontado, as lajes corporativas, o P/VP médio subiu de 0,61x para 0,65x. Já entre os galpões logísticos, a alta foi de 0,73x para 0,78x, mesmo patamar de crescimento dos FIIs de shopping, de 0,72x para 0,77x.
Confira abaixo 20 FIIs “baratos”, ou seja, cujo desconto vai de cerca de 35% a 65%. A conta inclui apenas fundos que estão na atual composição do IFIX, válida até o fim do mês, e considera: o valor de mercado no fechamento do pregão da última sexta-feira (4); e o valor patrimonial por cota (VPC) informado por gestoras e administradoras durante o mês de março, referentes ao dia 28 de fevereiro.
FII | Segmento | Mercado* | VPC** | P/VP |
RECT11 | Lajes corporativas | R$ 33,14 | R$ 90,98 | 0,364x |
BROF11 | Lajes corporativas | R$ 48,17 | R$ 109,59 | 0,440x |
BLMG11 | Logística | R$ 31,01 | R$ 70,36 | 0,441x |
BRCR11 | Lajes corporativas | R$ 40,21 | R$ 86,79 | 0,463x |
PATL11 | Logística | R$ 46,00 | R$ 96,45 | 0,477x |
VINO11 | Lajes corporativas | R$ 4,94 | R$ 10,34 | 0,478x |
BTRA11 | Terras Agrícolas | R$ 55,42 | R$ 110,09 | 0,503x |
GZIT11 | Shopping | R$ 48,50 | R$ 91,67 | 0,529x |
JSRE11 | Lajes corporativas | R$ 59,08 | R$ 101,85 | 0,580x |
AIEC11 | Lajes corporativas | R$ 45,34 | R$ 77,78 | 0,583x |
URPR11 | Papel | R$ 57,90 | R$ 98,87 | 0,586x |
SARE11 | Lajes corporativas | R$ 4,54 | R$ 7,69 | 0,590x |
BPML11 | Shopping | R$ 79,09 | R$ 131,16 | 0,603x |
RBRP11 | Lajes corporativas | R$ 44,77 | R$ 74,17 | 0,604x |
AJFI11 | Shopping | R$ 7,37 | R$ 12,16 | 0,606x |
VIUR11 | Renda urbana | R$ 5,41 | R$ 8,83 | 0,613x |
TRBL11 | Logística | R$ 61,61 | R$ 95,67 | 0,644x |
BTAL11 | Logística Agro | R$ 72,50 | R$ 111,59 | 0,650x |
XPIN11 | Logística | R$ 68,49 | R$ 105,27 | 0,651x |
RCRB11 | Lajes corporativas | R$ 131,85 | R$ 201,12 | 0,656x |
Para quem já está acostumado ao mercado, então, um novo momento de queda pode ser visto como oportunidade de aumentar posições em sua carteira de FIIs com menor aporte de capital. Mas isso só reforça a necessidade de uma escolha cautelosa.
“Não dá pra sair comprando qualquer FII. Análise criteriosa e seletividade são cruciais. Minha dica é que os investidores procurem gestores experientes, capazes de navegar pela volatilidade, e invistam em fundos imobiliários descontados, mas com fundamentos sólidos que garantam resiliência e potencial de valorização no longo prazo”, recomenda a analista CNPI Maria Fernanda Violatti, especialista no setor.