Suspeita de racismo contra funcionários de bar, advogada é exonerada da Comissão de Direito Trabalhista da OAB Campinas


Seccional campineira da ordem repudiou a conduta atribuída à profissional e pediu urgência na apuração do caso. Advogada é presa após cometer injúria racial contra funcionário de bar em Campinas
A seccional Campinas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu que a advogada Lizani Conceição de Miranda, suspeita de praticar atos de injúria racial contra funcionários de um bar no bairro Cambuí, em Campinas (SP), no último sábado (31), será exonerada da Comissão de Direito de Trabalho, da qual é integrante titular.
A decisão pela exoneração foi tomada no início da noite dessa segunda-feira (2) durante reunião entre a diretoria da OAB Campinas e membros da comissão.
As comissões são órgãos colegiados que reúnem especialistas para estudar, pesquisar e promover conhecimento sobre as áreas do Direito. No caso específico, a advogada investigada era parte grupo responsável por debater o direito trabalhista na metrópole.
📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
Em entrevista à EPTV e à Polícia Civil, um dos trabalhadores relatou ter sofrido o racismo no momento em que pediu para a advogada colocar o sapato, após um copo de vidro ter caído no chão. E disse que outras duas colegas de trabalho também foram ofendidas pela mulher.
“Ela ficou muito brava, irritada, tirou a documentação que ela era advogada, disse que ninguém ia tirar ela do bar. Ela olhou para mim e desferiu palavras ofensivas como ‘macaco’, ‘preto’, e me deu um empurrão”, relatou.
Em nota à imprensa, a OAB Campinas, por meio das Comissões da Igualdade Racial, da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, de Ética e Disciplina de Direitos e Prerrogativas, manifestou repúdio aos atos atribuídos à advogada. “A OAB Campinas acompanhará o caso tanto na fase de inquérito pelas autoridades policiais, como no Poder Judiciário”.
Advogada foi presa em bar de Campinas suspeita de injúria racial
Reprodução/EPTV
A seccional campineira da ordem lembrou que a prática do racismo e da injúria racial constitui crime inafiançável e imprescritível e pediu urgência na investigação.
“Solicitamos a urgente e devida apuração dos eventos narrados pelas autoridades competentes. Contamos com a colaboração dos órgãos competentes para profícua e pedagógica sanção”
O g1 consultou o cadastro da advogada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e verificou que o registro é ativo desde 2022.
A defesa de Lizani Conceição de Miranda afirmou que ela passou por audiência de custódia no domingo (1º), foi colocada em liberdade e “permanece internada sob cuidados médicos”. Além disso, a advogada disse que “todos os fatos estão sendo apurados e serão esclarecidos”.
A Polícia Militar foi acionada e a mulher resistiu à prisão. A suspeita foi levada para o 1° Distrito Policial de Campinas, onde foi autuada por injúria racial, lesão corporal e resistência.A Polícia Civil abriu um inquérito policial investigar o crime.
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.