Em busca do ‘voto útil’, Nunes quer se mostrar como o único capaz de vencer os dois rivais no 2º turno

A campanha de Ricardo Nunes, candidato à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, decidiu intensifica sua estratégia para atrair o chamado “voto útil”, com o objetivo de se consolidar como o único candidato capaz de vencer seus principais adversários no segundo turno.
De acordo com um integrante da equipe de Nunes, a tática central é convencer os eleitores de que ele é o único com chances reais de derrotar tanto Guilherme Boulos (PSOL) quanto Pablo Marçal (PL) em uma eventual disputa final.
Pesquisas recentes, divulgadas pela Globo, apontam que Nunes venceria Marçal no segundo turno por 50% a 30%, e derrotaria Boulos com uma margem de 48% a 33%.
Em um eventual embate entre Boulos e Marçal, a disputa estaria praticamente empatada, com 40% para o candidato do PSOL e 39% para o do PL. Com esses dados em mãos, a campanha de Nunes planeja usar o discurso de que ele é o único capaz de superar ambos os adversários, buscando atrair eleitores da direita que, até então, poderiam estar inclinados a votar em Pablo Marçal.
Outro ponto central da estratégia de Nunes é colar sua imagem cada vez mais ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que já aparece nas pesquisas como um dos principais cabos eleitorais do candidato à prefeitura.
A intenção é consolidar a aliança com o bolsonarismo e, para isso, a equipe de Nunes trabalha para convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a apoiar de forma mais enfática sua candidatura.
Interlocutores próximos a Bolsonaro indicam que o ex-presidente tem se mostrado cauteloso até o momento, sem manifestar apoio declarado nem a Nunes nem a Marçal. Entretanto, há um crescente temor entre o bolsonarismo de que Pablo Marçal possa ganhar força e desestabilizar a base conservadora, assumindo protagonismo e enfraquecendo a influência de Bolsonaro na política paulistana.
Um sinal importante dessa preocupação foi observado durante as manifestações de 7 de setembro na Avenida Paulista, onde Pablo Marçal teve pouca visibilidade e não ocupou um papel de destaque. Segundo fontes próximas a Bolsonaro, o ex-presidente estaria começando a se convencer de que precisa entrar de forma mais decisiva na campanha de Ricardo Nunes, especialmente nesta reta final.
A avaliação da campanha de Nunes é que, com o apoio de Bolsonaro, seria possível consolidar a vantagem necessária para uma vitória já no primeiro turno, evitando um confronto direto com Boulos ou Marçal. Nos próximos dias, a expectativa é de que essa estratégia de união entre o bolsonarismo e Nunes se intensifique, com novos movimentos para atrair a base conservadora e fortalecer o discurso do voto útil.

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