Ex-companheira do jogador Caio Paulista, do Palmeiras, pede medida protetiva e relata à polícia agressões no relacionamento


Clara Monteiro chegou a publicar uma carta aberta em uma rede social com fotos com hematomas que também estão em ação que corre na 1ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo. Atleta nega e diz que a ‘respeita como mãe da filha’. Ex-companheira de jogador Caio Paulista publica carta
Reprodução
A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo ouviu nesta terça-feira (17) a ex-companheira do jogador Caio Paulista, do Palmeiras, que o acusa de agressões durante o relacionamento, e registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica e psicológica, lesão corporal e cárcere privado. As denúncias já tinham sido feitas dentro de uma ação na 1ª Vara da Família e Sucessões da capital.
Clara Monteiro é mãe de um dos filhos do atleta e publicou fotos de hematomas com uma carta aberta em uma rede social, no sábado (14). Em nota anterior, a assessoria de Caio afirmou que ele nunca a agrediu “bem como não agredi nenhuma outra mulher, e, acima de tudo, a respeito como mãe da minha filha” (veja na íntegra abaixo).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a vítima “compareceu na DDM para fornecer mais informações sobre os fatos e demais providências necessárias para o andamento das investigações”, mas que “outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial e resguardar a vítima”.
À polícia, a tatuadora disse que conheceu o jogador no Rio de Janeiro enquanto ela trabalhava como caixa, em março de 2022. No início da relação, o jogador, segundo a jovem, mandava que ela apagasse fotos de redes sociais e “não quis mais que ela trabalhasse”. A primeira discussão ocorreu depois de uma suposta traição dele na qual ela disse ter sido agredida por chutes na costela, coxa e pés em 30 de setembro de 2022.
Em 27 de janeiro de 2023, o casal se mudou para São Paulo, no Tatuapé, quando ela já estava grávida de quatro meses. Em 21 de outubro do mesmo ano, ele saiu com amigos e ela resolveu sair também. Horas depois, enquanto a bebê sendo cuidado pela babá, o jogador foi até uma balada onde a companheira estava. Segundo o registro na polícia, naquela noite, ele deu um soco no rosto da vítima.
Já em fevereiro de 2024, o casal estava em um lounge no Tatuapé, por volta das 3h da madrugada, quando os dois começaram a discutir e ele teria dado outro soco na vítima e jogado o celular dela “longe”.
O que diz o Palmeiras
Fotos publicadas pela ex-companheira do jogador Caio Paulista
Reprodução
Também por meio de nota, o Palmeiras informou que “tão logo tomou conhecimento sobre a carta aberta publicada pela mãe de um dos filhos do atleta Caio Paulista em uma rede social, o jogador foi convocado pela diretoria para uma reunião, ocorrida na noite de sábado”.
“Questionado a respeito do relato e das imagens divulgados, Caio Paulista negou ter cometido qualquer agressão”. Segundo o clube, o Palmeiras “não tolera qualquer forma de violência” e “os colaboradores do clube devem seguir as normas de conduta estabelecidas internamente, que preveem diferentes medidas punitivas, a depender da gravidade do fato e da comprovação penal”.
O Palmeiras ainda disse que seguirá “acompanhando o caso com a devida atenção”.
Nas redes sociais, Clara Monteiro não citou o jogador diretamente. Até esta terça-feira não tinha registro de boletim de ocorrência ou abertura de processo criminal sobre os casos.
O que dizem as partes
Veja na íntegra a carta publicada pela jovem:
“Pensei em inúmeras vezes se iria realmente expor minha vida aqui, mas eu simplesmente não tive outra opção. Eu estou exausta. Já ultrapassei os meus limites. Eu cansei. Cansei de me calar, cansei de me esconder e de me sabotar por diversas vezes devido a esta situação. Hoje venho através desta carta aberta para o meu eu, sobre algo que me assombra dia e noite, e sei que vou levar comigo no decorrer dessa vida, essa cicatriz e esse trauma misturado com esse sentimento de angústia no meu interior. Mas sobre isso tudo eu preciso me manter forte nessa situação todas as manhãs e sei que sou uma mulher forte pra caramba e consegui me manter firme e de pé sozinha até aqui. Mas não estou aqui depois de tanto tempo pra deixar passar em branco, e sei que diversas mulheres passam por isso todos os dias, quero que todas as mulheres leiam e tenham certeza que por mais difícil que seja, você consegue sim sair de uma agressão psicológica, agressão física e verbal. Eu desejo forças a todas as mulheres que passam por isso e sair disso tudo é muito difícil, mas não é impossível”.
Procurada pelo ge, o advogado de Clara, comentou que existe uma ação judicial na esfera civil em andamento “a fim de reparar o dano sofrido por sua ex-mulher por algumas agressões feitas por ele no decorrer da relação.
“Tais agressões possuem diversas provas, as quais seguem em apreciação pelo Poder Judiciário. Ressalto que, na época dos fatos, a vítima Clara Monteiro não fez boletim de ocorrência por conta do controle que o Caio Paulista exercia sobre ela. Sem contar o medo que ela tinha, pois sempre se mostrou uma pessoa muito controladora e agressivo”.
Defesa de Caio
“Em relação à carta aberta postada ontem pela minha ex-namorada e mãe da minha terceira filha, venho a público me posicionar. Tivemos um relacionamento de alguns meses e, passado quase um ano do fim, estamos discutindo na Vara Familiar de São Paulo temas financeiros relacionados à pensão alimentícia e outras demandas. Até o momento, não houve acordo e corre em segredo de justiça. Não existe nenhuma outra demanda em Vara Criminal relacionada a supostas agressões. Venho afirmar que nunca a agredi, bem como não agredi nenhuma outra mulher, e, acima de tudo, a respeito como mãe da minha filha.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.