
Um casal de Brasília, que decidiu passar o fim de semana na cidade turística de Pirenópolis, em Goiás, teve um surpresa bem desagradável, quando flagrou uma câmera, disfarçada de lâmpada, no imóvel que havia alugado pela plataforma do Airbnb.
Segundo relato do hóspede, que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás (PCGO), ele e o marido entraram no imóvel na quinta-feira (28), com a intenção de ali permanecerem até a segunda-feira (1).
Já no dia da chegada, ele achou a lâmpada estranha, comentou com o parceiro, mas eles concluíram que deveria ser um sensor de fumaça ou uma lâmpada de emergência.
Na manhã de sábado (30), ao pesquisar na internet, ele acabou descobrindo que se tratava de uma câmera. Vários dispositivos semelhantes são comercializados on-line.
O casal deixou a hospedagem logo depois da descoberta e, no domingo (31), registrou o caso na Policia Civil.
Exposição da intimidade sexual
O delegado de Pirenópolis, Tibério Cardoso, responsável pela investigação, afirmou ao Portal iG que, na primeira conversa com as vítimas, o casal informou que havia sido informado pelo proprietário do imóvel que três câmeras estavam instaladas na residência, mas todas na parte externa da casa.
“E para surpresa deles, foi encontrada uma câmera no interior do imóvel da residência que poderia flagrar algumas cenas de intimidade das pessoas que ali estavam. A princípio, não temos muitas informações sobre a razão dessa câmera estar lá, mas, inicialmente, tipificamos essa ocorrência como violação de exposição da intimidade sexual”, explicou Cardoso.
O delito, segundo ele, é previsto no artigo 216B do Código Penal, que prevê esse tipo de comportamento. Segundo o delegado, o caso pode envolver outros delitos.
“Precisamos saber qual é o interesse da pessoa de colocar essa câmera ali e isso vai ser apurado, já que a ação pode resultar em mais crimes. Pode configurar também um constrangimento ilegal, pode configurar, em último caso, até uma extorsão. Isso se a pessoa vier a pedir dinheiro em relação a esse tipo de imagem, o que é uma hipótese que a gente não exclui de acontecer. Mas, inicialmente, vamos apurar o artigo 216B“, destacou.
O delegado disse ainda que a polícia vai ouvir o dono do imóvel e um eventual faxineiro, uma pessoa que cuida da limpeza dessa casa e que está sendo procurada.
“Vamos expedir as intimações para ouvir essas pessoas. Também vamos contactar a plataforma Airbnb, que é por onde a locação da casa foi intermediada. E ouvir as vítimas. Vamos entrar em contato em Brasília para agendar uma oitiva, para eles nos esclarecer de forma mais detalhada esse fato”, concluiu.
Câmeras escondidas
O iG também questionou a plataforma Airbnb que, por meio de nota, informou que está investigando este caso.
“Câmeras escondidas sempre foram proibidas no Airbnb. A plataforma leva a sério os raros relatos de violações de sua política”, completou, na nota.



