Não é só para bebês: linguagem positiva é defendida até para cães

Há alguns anos, a chamada educação com linguagem positiva vem tomando força quando se fala da educação de bebês e crianças, mas a ideia não para por aí. Com os pets se tornando cada vez mais parte das famílias, a lógica de ensinar os cães sem brigas e punições também toma força. Acreditando que os bichos vão muito além da ideia de “seres irracionais”, a gestora pública Laís Daleon decidiu investir no aprendizado para mostrar que dá para ensinar sem gritaria ou qualquer coisa do tipo.  Apesar de trabalhar na área da educação no serviço público federal, Laís colocou na cabeça que ensinar pets não poderia ser só um hobby. O incômodo com explicações e visões antigas sobre os bichos fez com que ela começasse a se dividir entre profissões.  Com a educação positiva, tanto aqueles truques mais comuns como sentar quanto mudanças de hábitos, como deixar de roer e urinar nos locais corretos, vêm através do carinho, apresentação de petiscos e palavras de incentivo. Isso pode parecer óbvio, mas a prática consistente, mantendo a paciência e entendendo os limites leva à procura de pessoas especializadas no assunto.  Para contextualizar, ela explica que há uma série de cursos disponíveis na área do comportamento animal, todos falando sobre como os bichos são muito mais complexos do que podem aparentar. Um deles é o de etologia animal, a ciência que estuda o comportamento dos animais, considerando fatores como instintos, aprendizado e adaptação.  “Partimos do princípio que educar é moldar por meio de experiências os comportamentos, habilidades e emoções de um indivíduo. Inteligentes, entre ações e reações, cada cão compõe seu próprio repertório comportamental, somando os comportamentos naturais aos aprendizados adquiridos no relacionamento com outros indivíduos presentes em seu ambiente”, introduz. Na prática, isso significa que ao invés de ignorar os comportamentos naturais dos animais, a ideia é pensar que as relações e o convívio fazem toda a diferença. Exemplo disso é que ao invés de querer simplesmente excluir hábitos como latir, correr e escavar, é importante entender e criar novos caminhos. Segundo Laís, cavar, roer e morder, assim como os comportamentos anteriores, estão ligados à genética de cada animal. Então, há determinações por espécie e raça, sendo mais fortes ou mais fracos dependendo de cada animal. A questão é que, estando nos lares, precisam de adaptação e aí é que começa o desafio que precisa empenhar a tranquilidade e redução no estresse. “A educação baseada em reforço positivo tem como objetivo eliminar a aplicação de punições aos cães quando o comportamento é indesejado pelo tutor. Com ela, é conduzido o processo de modelagem através do controle eficiente do ambiente e reforço positivo dos comportamentos desejados”.  Então, ao invés de criar traumas, os animais entendem que caso se comportem conforme o desejado, serão beneficiados.  Como esse tipo de educação envolve todo um processo, quem educa os animais precisa manter uma consistência. A ideia é como se fosse realmente uma escola de etiqueta básica para eles.  Enquanto isso vai sendo modelado, as necessidades naturais precisam ser levadas em conta, até porque os pets continuam sendo de suas espécies. Vale destacar que tentar “humanizar” os animais pode levar a problemas até de saúde (como já tratado em outra matéria do MiAUnews , veja aqui). Sobre o assunto, ainda pode haver uma confusão entre educação e adestramento, o que segundo Laís realmente fica dividido por uma linha tênue. Para ela, adestramento e treinamento seguem uma linha militarizada com um resultado mais engessado, enquanto a educação vem como algo mais natural.  E, aos interessados sobre o assunto profissionalizado, o perfil de Laís é @laisdeleon.pets. Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .
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