Família de Jorge Amado contesta suposto poema escrito durante exílio anunciado em leilão no Uruguai


Donos dos direitos autorais das obras do escritor não reconheceu o ‘ABC Sebastopol’ como poema do artista brasileiro e pediu suspensão do leilão marcado para sexta-feira (11). Jorge Amado ficou na Argentina e no Uruguai, fugindo da repressão do Estado Novo de Getúlio Vargas
Redes sociais
A Fundação Jorge Amado contesta o possível poema inédito do escritor, intitulado “ABC de Sebastopol”, que teria sido escrito no exílio que o baiano viveu durante a ditatura do Estado Novo, no Uruguai.
O “ABC Sebastopol” será leiloado na sexta-feira (11), pela casa Zorrilla, da capital uruguaia, em parceria com a Hilario, de Buenos Aires.
Segundo a Fundação Jorge Amado, a família do escritor, dona dos direitos autorais do baiano, não conhecia esse poema e não atesta a autenticidade e ineditismo do texto.
Ainda segundo a fundação, nunca houve uma conversa entre ela e representantes das casas Zorrilla e Hilario, organizadoras do leilão.
“Jorge Amado é um dos maiores escritores do mundo. O seu acervo e sua produção literária reconhecida pertence à Fundação Casa de Jorge Amado e encontra-se na sede da Instituição, localizada no coração do Pelourinho, em Salvador”, informou em nota.
A Fundação Jorge Amado informou ainda que a família do escritor, através de representantes legais, entrou em contato com as casas Zorrilla e Hilario e solicitou a suspensão do leilão.
No anúncio do leilão, as organizadoras afirmam que o “ABC Sebastopol” foi escrito em 1942, enquanto Jorge Amado estava exilado na Argentina e no Uruguai, fugindo da repressão do Estado Novo de Getúlio Vargas.
O leilão será realizado pelo Museo Juan Zorrilla. O poema, que não teve trechos divulgados, seria inspirado nas experiências do escritor em Sebastopol, na Crimeia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.