Abin paralela: Ramagem nega acusações sobre espionagem, mas diz que pode ter havido “erro”

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) se candidatou à prefeitura do RioDivulgação: PF

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, negou em sabatina do g1 na manhã desta terça (6) as acusações de que teria usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades e jornalistas de forma ilegal enquanto era chefe do órgão, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o delegado afirmou que pode ter havido um “erro” por parte de outros funcionários da Abin.

“Se houve uma Abin paralela, foi com as pessoas internas, do departamento interno [da Abin] que nós [direção geral da Abin na época em que Ramagem era gestor] apuramos”, disse. “Se um diretor de Polícia, da PM, da Civil, da Federal, para deixar bem claro, compra um armamento, ele não é responsável pelo erro da pessoa lá da ponta. E há na Abin milhares de servidores”, acrescentou.

Questionado se pode ter ocorrido um “erro” nesse caso, Ramagem concordou: “eu acredito que possa ter erro. Essa era a minha desconfiança, que estavam fazendo algum monitoramento privado”, disse.

“Rastreamento grosseiro”

Segundo Ramagem, ele verificou a “suspeita de um sistema que não é de interceptação, mas que faz um monitoramento grosseiro de pessoas para fins de inteligência” quando assumiu a Abin.

De acordo com o ex-diretor, esse rastreamento não detecta a localização precisa da pessoa, mas ajuda a saber se ela está em um bairro ou cidade específica. 

“Então auxilia a inteligência, para não ter que fazer um deslocamento para o local ou para uma logística”, detalhou.

Ainda segundo Ramagem, “todo esse equipamento foi comprado adequadamente e na gestão Temer”. “Passou por um processo licitatório adequado e por um processo pela AGU”, emendou.

Ele adicionou suspeita de um possível uso irregular do órgão foi levantada enquanto ele estava no comando da direção-geral da Abin, e que levou a hipótese à corregedoria do órgão.

Para Ramagem, a questão é a suspeita do uso irregular do equipamento. “Quem fez esse questionamento fomos nós. Na nossa gestão, nós que apuramos e verificamos que poderia ter alguma disfuncionalidade dentro da utilização.”

Ele adicionou que o chefe foi exonerado, e que as pessoas que tinham a senha do equipamento eram de um departamento específico. “Não tinha policiais com senhas”, disse.

O parlamentar adicionou que, se hoje existe uma operação da PF para apurar o suposto esquema ilegal, é porque a direção da Abin na época, comandada por ele, chamou atenção para isso.

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