Carro do milhão: irmão do prefeito de São Luís é preso durante operação de busca e apreensão


Segundo a Polícia do Maranhão (PC-MA) médico Antônio Braide foi preso em flagrante por posse supostamente ilegal de carregador de pistola. Médico Antônio Braide sendo conduzido para Seic
Divulgação/ PC-MA
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) realizou, nesta terça-feira (20), uma operação de busca e apreensão na residência do médico Antônio Braide – irmão do prefeito de São Luís, Eduardo Braide -suspeito de envolvimento com o caso do carro de mais de R$ 1 milhão no porta-malas, em dinheiro vivo, em São Luís. Segundo a PC-MA, ele foi preso em flagrante por posse supostamente ilegal de carregador de pistola.
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A operação foi realizada pela Superintendência de Investigações Criminais (SEIC). Durante a ação, os policiais apreenderam documentos e celulares, além do carregador de pistola que estava no apartamento de Antônio Braide.
Ainda de acordo com a PC, o médico foi conduzido para a sede da SEIC para prestar depoimento. Os documentos também foram levados para a sede da superintendência. Antônio Braide continua preso e pode ser solto após o pagamento de fiança.
Ao g1, a defesa do médico Antônio Braide não se manifestou sobre o assunto.
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) realizou, nesta terça-feira (20), uma operação de busca e apreensão na residência do médico Antônio Braide
Regina Souza/ Grupo Mirante
Prefeito de São Luís se manifesta sobre caso
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) se manifestou sobre o caso do abandono do Renault Clio vermelho, que tinha mais de R$ 1 milhão no porta-malas, em dinheiro vivo em São Luís. Ele teve o nome citado já que, no dia em que o veículo foi encontrado, o até então funcionário da prefeitura, Carlos Augusto Diniz da Costa, apareceu dizendo ser dono do veículo.
Além disso, o motorista, que aparece deixando o Clio abandonado é Guilherme Ferreira Teixeira, que é ex-assessor do deputado estadual Fernando Braide (PSC), irmão do prefeito (entenda o caso mais abaixo).
Por meio de uma rede social, o prefeito da capital afirmou que, demorou a se manifestar, pois, o que ele sabia sobre esse caso era o que estava sendo noticiado pela imprensa.
“Algumas pessoas me perguntam porque ainda não falei nada sobre o assunto do carro até agora. Primeira coisa, eu enviei nota para todos os veículos de comunicação que me pediram, mas em alguns desses veículos de comunicação, essa nota não foi lida. Segundo a coisa, estou falando aqui há pouco mais de uma semana do fato, por uma única razão, o que eu sabia sobre esse caso, era o mesmo que todos sabiam, ou seja, o que estava sendo noticiado pela imprensa”, disse.
Braide lamentou ter tido o nome da mãe dele, Antônia Maria Martins Braide, que morreu em outubro de 2010, envolvido no caso. É no nome dela que está o veículo Fit preto, que deu carona para Guilherme Ferreira, após ele abandonar o Clio vermelho com o dinheiro.
O prefeito afirma que o carro era usado pelo irmão dele, o médico Antônio Carlos Salim Braide, com quem não mantém nenhum tipo de relacionamento. Por fim, o Braide disse que não tem nada a ver com o caso e que a polícia deve aprofundar as investigações e que, “em caso de qualquer irregularidade, puna os culpados, doa a quem doer”.
Suspeitos ficam calados em depoimento
Os dois suspeitos envolvidos no abandono do carro que tinha mais de R$ 1 milhão no porta-malas, em dinheiro vivo, no bairro Renascença, em São Luís ficaram calados ao prestarem depoimento sobre o caso na Superintendência de Investigações Criminais (SEIC).
Guilherme Ferreira Teixeira é ex-assessor do deputado estadual Fernando Braide e Carlos Augusto Diniz da Costa é ex-funcionário da Prefeitura de São Luís. Guilherme foi quem dirigiu o carro até o local onde ele foi encontrado, e Carlos Augusto se apresentou como dono do veículo no dia em que a Polícia Militar encontrou mais de R$ 1 milhão dentro da mala.
Guilherme Ferreira Teixeira,
Reprodução/ TV Mirante
Durante os interrogatórios, os suspeitos, acompanhados dos seus advogados, permaneceram calados, sem responder a nenhuma pergunta do delegado. Logo depois, foram liberados.
Ao g1, a defesa de Carlos Augusto disse que irá analisar as acusações para marcar uma nova data para prestar depoimento. Já a defesa de Guilherme Ferreira aguarda o acesso as acusações. A defesa de ambos também não mencionou qual é o envolvimento dos suspeitos em relação ao abandono do carro que tinha mais de R$ 1 milhão no porta-malas.
Carlos Augusto Diniz da Costa.
Reprodução/ TV Mirante
Os dois são peças importantes nas investigações que apuram a origem do dinheiro encontrado no porta-malas do carro. De acordo com o delegado Plínio Napoleão, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), o fato de permanecerem calados não atrapalha o andamento das investigações.
Operação para descobrir origem do dinheiro
A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-assessor do deputado estadual Fernando Braide, Guilherme Ferreira Teixeira, e o ex-funcionário da Prefeitura de São Luís Carlos Augusto Diniz da Costa. Eles estão envolvidos no abandono do Renault Clio vermelho, que tinha mais de R$ 1 milhão no porta-malas, em dinheiro vivo, no bairro Renascença, em São Luís.
Guilherme foi quem dirigiu o carro, e Carlos Augusto se apresentou como dono do Clio, no dia em que a Polícia Militar encontrou mais de R$ 1 milhão dentro da mala do veículo.
LEIA MAIS: O que se sabe sobre o caso do carro encontrado com mais de R$ 1 milhão no porta-malas em São Luís
A polícia esteve em um apartamento localizado no bairro Parque Shalom, onde mora Guilherme Ferreira, que era quem dirigia veículo e o deixou abandonado por 15 dias no bairro Renascença, até que moradores estranharam e chamaram a polícia.
Nos dois locais, a Polícia Civil apreendeu documentos e celulares, para serem analisados. O objetivo é entender qual é a origem do dinheiro e qual o caminho que ele percorreu até que fosse encontrado nas malas do veículo.
Segundo as investigações, o apartamento está registrado no nome de Guilherme, mas já pertenceu ao pai do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), o ex-deputado estadual Carlos Braide. A polícia quer saber como aconteceu essa transferência, se foi vendido ou apenas repassado.
Guilherme também é ex-assessor especial da Secretaria Municipal de Governo, cargo que ocupou até 2023, na gestão de Braide. Além disso, Guilherme foi assessor técnico do deputado estadual Fernando Braide, irmão de Eduardo.
Além de Guilherme, a polícia cumpriu mandados na residência de Carlos Augusto Diniz da Costa, que disse à polícia, no dia da apreensão do valor, ser o dono do veículo vermelho. Ele era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) e foi exonerado logo após a repercussão do caso. No entanto, o carro não está registrado no nome dele, segundo a polícia.
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Carro deixado em frente a condomínio
Outra investigação é para descobrir porque o veículo foi deixado em frente ao condomínio na Rua das Andirobas, no bairro Renascença. A polícia descobriu que o carro foi colocado quase em frente a casa Nº 20, que tem como registro a ‘Café e Cia’.
Segundo a polícia, apesar do nome fantasia parecer uma cafeteria, a empresa é de serviços hospitalares e pertence a Clarice Sereno Loiola Braide, cunhada de Eduardo Braide e esposa de Antonio Braide, irmão do prefeito.
O que dizem os citados
Carlos Augusto enviou uma nota e disse que está colaborando com as investigações. Já Guilherme e a Prefeitura de São Luís, assim como o prefeito Eduardo Braide, não se manifestaram.
Confira, abaixo, a sequência dos acontecimentos deste caso:
16 de julho
Nesse dia, câmeras de segurança de um condomínio próximo onde o carro foi abandonado registraram o momento em que o veículo, modelo Clio de cor vermelha, dirigido por Guilherme Ferreira Teixeira, chega à Rua das Andirobas, no bairro Renascença.
Após o carro ser deixado, outro veículo de cor preta para bem ao lado do Clio e o motorista desce sem muita pressa e entra no carro preto. O motorista é Guilherme Ferreira, segundo a polícia.
30 de julho
Um porteiro do condomínio, desconfiado com o veículo parado há 15 dias em frente ao prédio, percebeu que havia dinheiro no porta-malas, acionou a síndica, que chamou à Polícia Militar do Maranhão, segundo o delegado Augusto Barros (veja vídeo abaixo).
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Quando a polícia chegou no local, confirmou que se tratava de grandes quantidades de dinheiro físico armazenado dentro do porta-malas do carro, organizados em maços de R$ 50, 100 e 200. O dinheiro foi armazenado pela polícia em três sacos grandes, que foram levados para a sede da SEIC para iniciar as investigações.
Até então, não se sabia do valor exato do dinheiro.
31 de julho
A Polícia Civil termina a contagem das cédulas de dinheiro encontradas no porta-malas do carro. A quantia confirmada é de R$ 1.109.350,00.
No mesmo dia, Carlos Augusto Diniz da Costa, que disse à polícia, no dia da apreensão do valor, ser o dono do veículo, foi exonerado do cargo que exercia na Prefeitura de São Luís. Ele era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) e recebia um salário de R$ 3.400.
No entanto, segundo as investigações da Polícia Civil, o carro está registrado no nome de outra pessoa, diferentemente do que alegou Carlos Augusto.
1 de agosto
O valor de R$ R$ 1.109.350 foi depositado em uma conta bancária judicial, no Banco do Brasil, na manhã dessa quinta-feira.
A conta bancária está sendo administrada pela Justiça. O dinheiro vai permanecer lá até que as investigações sobre a origem dele sejam finalizadas ou o dono do dinheiro seja encontrado.
2 de agosto
A Polícia Civil analisa as imagens de câmeras de segurança de condomínios do bairro Renascença, em São Luís, onde o carro foi encontrado.
Após o avanço das análises, a polícia confirmou que o motorista, que aparece no vídeo, é Guilherme Ferreira Teixeira. Ele é ex-assessor especial da Secretaria Municipal de Governo, cargo que ocupou até 2023, na gestão de Braide. Além disso, Guilherme foi assessor técnico do deputado estadual pelo Maranhão Fernando Braide, irmão de Eduardo.
Foi confirmado, também, que o carro preto, que deu carona para Guilherme no momento em que ele abandonou o Clio com o dinheiro, está no nome da mãe de Fernando e Eduardo Braide, Antônia Maria Martins Braide, que morreu em outubro de 2010.

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