BROF11: fundo imobiliário com desconto mantém projeção de alta em dividendos

O fundo imobiliário BROF11 manteve sua projeção de ampliar a distribuição de dividendos em janeiro para um patamar próximo a R$ 0,55 por cota, o que seria um crescimento de 10% em relação à distribuição feita em dezembro, de R$ 0,50.

No relatório gerencial com dados de novembro, a BGR Asset, gestora do BROF11, informou que a distribuição no último mês de  2024 já ficou acima da projeção anterior, de R$ 0,46 por cota, e teve seu impacto positivo em decorrência de revisionais e reajustes de valores de aluguéis realizados ao longo do ano.

Esse pagamento deixou os dividendos do BROF11 com um retorno anualizado de 12,8%, segundo a empresa. O próximo aumento, por sua vez, virá em razão do final do período de carência nos contratos da Caixa Econômica Federal no Edifício Passeio Corporate, um dos três ativos do FII, localizado no Rio de Janeiro.

O valor de R$ 0,55 por cota deixaria o dividend yield anualizado na casa de 15,7% em relação ao preço de fechamento da cota em 17 de dezembro, data do anúncio dos proventos anteriores, de R$ 41,71. A gestora lembra, porém, que as projeções mencionadas não são promessa de rentabilidade aos investidores.

Em novembro, o BROF11 recebeu um aviso de término de contrato da OLAM, referente a um espaço de 929,54 metros quadrados de área bruta locável (ABL) no 9º andar do Edifício E-Tower, em São Paulo. 

A área será devolvida conforme condições contratuais, com layout e mobiliário instalados, além de pagamento de aproximadamente 1,3 alugueis a título de reembolso. O impacto financeiro mensal da rescisão nas receitas do FII BROF11 é de R$ 135.939, ou R$ 0,01/cota. A gestora já iniciou tratativas com potenciais locatários para a área.

Fundo imobiliário BROF11: mais sobre o portfólio

Com patrimônio líquido de R$ 1,28 bilhão, o equivalente a R$ 108,59 por cota, o fundo imobiliário BROF11 detém a propriedade de três edifícios: o E-Tower, de forma indireta, por meio das cotas do FII BETW11, o Passeio Corporate e o Águas Claras, em Nova Lima (MG), locado à Vale.

Nos últimos meses, a gestão segue ativa no processo de reciclagem do seu portfólio, buscando levantar recursos por meio da venda de uma fração minoritária do Passeio Corporate e a totalidade do Águas Claras. A XP Investimentos segue mandatada para assessoria financeira e estratégica na coordenação do processo de venda parcial do Ed. Passeio Corporate desde meados de junho de 2024. O processo encontra-se em andamento.

O BROF11 segue com taxa de ocupação média dos imóveis de 94,7%. “Nossa equipe de gestão continua empenhada em buscar oportunidades de investimento sólidas para maximizar o potencial de geração de valor. Estamos atentos aos movimentos do mercado imobiliário e nos esforçamos para tomar decisões embasadas, visando a preservação do capital e o crescimento sustentável”, diz a gestão.

O fundo imobiliário BROF11 fechou na última sexta-feira (10) cotado a R$ 44,29, o que significa um P/VP de 0,407x. A gestão vê o desconto, não apenas do próprio FII, mas do mercado como um todo, como uma consequência do atual contexto macroeconômico, “marcado pelos recentes aumentos na taxa básica de juros (Selic) e por um cenário local de incerteza político-econômica”.