Homem de Lajeado morre em confronto com a polícia no Paraná; arsenal de guerra é apreendido

Uma operação conjunta das forças de segurança do Paraná resultou na morte de seis homens suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e carros-forte. O confronto ocorreu na manhã desta sexta-feira (17), em uma chácara na região de Ponta Grossa (PR). Entre os mortos, está Rudinei Lopes, de 45 anos, natural de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Ele possuía um extenso histórico criminal e chegou a protagonizar uma fuga audaciosa da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lajeado em 2017.


Quem era o homem de Lajeado morto no confronto?

Rudinei Lopes, 45 anos, era um velho conhecido das forças policiais do Vale do Taquari. Desde 2011, ele acumulava passagens por diversos crimes, especialmente roubos a residências, carros e ataques a agências bancárias.

Em junho de 2017, quando ainda tinha 37 anos, ele simulou um ataque cardíaco dentro da cadeia para ser levado à UPA de Lajeado. A situação foi orquestrada para que comparsas rendessem os agentes penitenciários que o escoltavam. Na ocasião, houve troca de tiros e um servidor foi mantido refém por alguns quilômetros, até ser libertado no interior de Paverama (RS).

Conforme investigação da Polícia Civil na época, Rudinei seria ligado a uma facção criminosa atuante no Vale do Sinos. Ele foi preso novamente em novembro de 2017, na Argentina, em uma operação policial que encontrou, além dele, outros suspeitos e um arsenal contendo explosivos e armamento pesado.


Histórico criminal e fuga audaciosa

  • Roubo a casa e carro (2011): Ficou sete dias detido.
  • Nova prisão (2012): Permaneceu mais sete meses na cadeia.
  • Outra detenção (2014): Ficou apenas quatro dias preso.
  • Prisão em abril de 2016: Cumpria pena por roubo quando simulou o ataque cardíaco em junho de 2017.

Durante essa falsa emergência médica, comparsas atiraram com fuzis para render os agentes penitenciários que o acompanhavam na UPA. Um dos agentes chegou a ser levado pelos criminosos no momento da fuga e foi ameaçado, enquanto ouviu repetidamente números relacionados à mesma facção criminosa.

A ação ousada de resgate chamou a atenção pela violência empregada. Embora ninguém tenha ficado ferido, a investigação policial apontou fortes indícios de que Rudinei tivesse envolvimento com roubos de grande vulto e mantinha conexões com organizações criminosas para prática de delitos como explosões de agências bancárias.


Prisão na Argentina

Cinco meses depois da fuga na UPA de Lajeado, Rudinei foi preso em uma operação da Polícia de Missiones, na Argentina, em novembro de 2017. Ele estava em uma propriedade rural próxima à fronteira com o Brasil, onde foram apreendidos:

  • Um fuzil calibre 556
  • Um rifle
  • Uma pistola
  • Explosivos
  • Coletes à prova de balas

A suspeita das autoridades argentinas é de que o grupo planejava ataques a bancos no Brasil e se refugiava no local para evitar a captura. Ainda naquele período, Rudinei foi indiciado por tentativa de homicídio ao trocar tiros com policiais em Fazenda Vilanova (RS) e também investigado pela explosão de uma agência bancária em Progresso (RS).

prisao argentina de lopes
Divulgação / Polícia de Missiones/ arquivo

A Operação Integrare no Paraná

A ação desta sexta-feira (17), batizada de Operação Integrare, foi realizada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) e Polícia Militar do Paraná (PMPR). O objetivo era desarticular uma quadrilha especializada em crimes violentos contra o patrimônio, incluindo roubos a bancos, carros-forte e ações do tipo “tomada de cidades”.

Como tudo aconteceu

  1. Monitoramento e Inteligência: Em dezembro do ano passado, as forças de segurança do Paraná identificaram um grupo que planejava um roubo de grandes proporções.
  2. Localização do Esconderijo: As investigações levaram a uma chácara em Ponta Grossa, onde os suspeitos estavam fortemente armados.
  3. Cumprimento de Mandados: Equipes do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE), da PCPR, e do Comandos e Operações Especiais (COE), da PMPR, foram recebidas a tiros pelos criminosos.
  4. Confronto e Baixas: Em um tiroteio que durou cerca de oito minutos, seis suspeitos foram mortos, incluindo Rudinei Lopes, de Lajeado. Nenhum policial se feriu na ação.
  5. Os outros 5 mortos são um de Foz do Iguaçu/ PR, três de Curitiba/PR e um de Governador Valadares/ MG

Arsenal de guerra apreendido

Durante a operação, as forças de segurança apreenderam um verdadeiro “arsenal de guerra”, que incluía:

  • 7 fuzis de calibres 5.56 e 7.62
  • 1 metralhadora .50
  • 1 pistola .45
  • Diversas munições
  • 36 carregadores de fuzil
  • Coletes e placas balísticas
  • Explosivos
  • Placas veiculares
  • Um veículo blindado e clonado
949dc3d9-c8e6-4c4a-b623-6721bebeec13

Os outros cinco identificados

  • Carlos Eduardo Fernandes Moreira, conhecido como Gordo, tinha 47 anos e era natural de Curitiba. O criminoso também possui envolvimento com assaltantes de banco empresas de transporte de valores, como José Carlos dos Santos, o Seco. Em 2017, Carlos Eduardo chegou a ser preso após suspeita de participação em ataque a um carro-forte na BR-277, na região de Morretes.
  • Jose Marcelo de Oliveira, 38 anos. Ele tinha anotações por tráfico, roubo agravado, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso – estava foragido;
  • Marco Sousa dos Anjos, 47 anos, natural de Foz do Iguaçu. Ele tinha anotações por uso de documento falso, roubo agravado (roubo a banco e carro-forte) e também estava foragido;
  • Wesley Henrique Gomes Borges, 31 anos, natural de Curitiba. Ele tinha anotações por roubo, furto qualificado e porte ilegal de arma de fogo.
  • Fred Guilherme dos Santos, de 37 anos, natural de Minas Gerais. Ele tinha registros de receptação e roubo;

Declarações das autoridades

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, destacou a importância da integração das forças policiais para o sucesso da operação:

“Esse é um exemplo claro de como o trabalho conjunto das nossas forças pode impedir crimes de grande impacto e proteger a população paranaense. As polícias do Paraná estão comprometidas em combater o crime organizado com inteligência e eficiência.”

O delegado-geral da PCPR, Silvio Jacob Rockembach, reforçou o papel da troca de informações entre a Polícia Civil e a Polícia Militar:

“O alinhamento estratégico com a Polícia Militar foi determinante para identificar e desarticular essa quadrilha antes que ela pudesse agir. A união de esforços, com troca de informações e atuação coordenada, reforça a nossa capacidade de enfrentar o crime organizado com eficiência e precisão.”

Já o comandante-geral da PMPR, coronel Jefferson Silva, elogiou a agilidade das equipes:

“Essa operação mostrou a força da nossa integração com a Polícia Civil e o impacto dessa união para frustrar ações criminosas de grande magnitude. A colaboração e a pronta resposta das nossas equipes garantiram a segurança da população e a neutralização de uma ameaça significativa ao Estado.”

Lembre do Juri Popular

Segurança é reforçada para júri de integrante de quadrilha

The post Homem de Lajeado morre em confronto com a polícia no Paraná; arsenal de guerra é apreendido appeared first on Agora No Vale.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.