Morre Waldemar Cristófoli, idealizador da Calçados Cristófoli

Waldemar Cristófoli, um dos idealizadores da Crislli Calçados e Bolsas (Novo Hamburgo/RS), detentora da Calçados Cristófoli, morreu, na quinta-feira (16), aos 71 anos. Além de ter contribuído na criação da marca, que se tornou referência em calçados e acessórios de valor agregado, tinha um histórico de valorização da mão de obra, sendo um entusiasta do handmade (feito à mão). Além disso, o empresário era bastante atuante no setor calçadista, integrando por 45 anos a diretoria do Sindicato das Indústrias de Calçados de Novo Hamburgo (SICNH). Os ritos fúnebres de Waldemar ocorreram, nessa sexta (17), no Cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo/RS.

“Ele trabalhou bastante e foi bem atuante no setor”, conta Danilo Cristófoli, irmão caçula de Waldemar e atual diretor da Calçados Cristófoli, em entrevista ao Exclusivo neste sábado (18).

Ainda jovem, Waldemar se mudou para Novo Hamburgo/RS em busca de trabalho. O primeiro emprego foi na extinta Calçados Menescal, de propriedade do empresário Luis Amaral. Na empresa, acabou sendo designado para o setor de bolsas. “Aprendeu tudo sobre bolsas lá. Então, resolveu abrir uma fábrica de bolsas com colegas de trabalho, era um empreendedor nato”, comenta Danilo.

No entanto, a sociedade de Waldemar com colegas de trabalho para abrir a fábrica de bolsas não deu certo. A partir dali, em junho de 1979, ele propôs aos seus seis irmãos montar uma empresa naquele segmento. Nascia então a Bolsas Crislli. “O nome é a junção do começo e do fim do nosso sobrenome. Éramos sete irmãos e sete sócios”, explica Danilo.

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Surgimento da Calçados Cristófoli

Logo que a Crislli surgiu, Danilo conta que os clientes gostavam das bolsas e carteiras, mas “reclamavam que era difícil de fazer os conjuntos” em função das cores e materiais dos produtos. “Na época se usava tudo combinado”, frisa. Posteriormente, a empresa começava a fabricar calçados. “Passamos a usar a razão social Crislli Calçados e Bolsas em 1981. Dois anos depois veio a primeira exportação de calçados”, relembra. Desde lá, a companhia já usava a marca própria Cristófoli.

Mesmo tendo se aposentado em 2018, Waldemar seguia indo todos os dias à sede da Cristófoli, no bairro Rincão, em Novo Hamburgo/RS. Atualmente, a empresa é comandada pelo irmão Danilo e por integrantes da segunda geração da família.

“Perdemos uma grande liderança do calçado”

Ao Exclusivo, neste sábado (18), o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Novo Hamburgo (SICNH), Paulo Ricardo da Silva, comenta que a morte de Waldemar representa uma “grande perda” para o setor calçadista. “Nós perdemos uma grande liderança do calçado aqui em Novo Hamburgo”, comenta o dirigente. “Ele era um líder, uma pessoa diferenciada, que vivia o calçado. Além disso, era uma pessoa de boa sorte”, conta Da Silva.

Sobre o histórico de valorização da mão de obra, o presidente do SICNH relembra do carinho de Waldemar por sua equipe de trabalho. “Ele se preocupava com os funcionários, tinha um amor pelas pessoas”, frisa.

Da Silva conta que nos 45 anos em que Waldemar integrou a direção do SICNH, o empresário era assíduo nas reuniões da diretoria. “Vinha em todas as reuniões e foi por muito tempo nossso tesoureiro”, destaca o dirigente.

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