Afinal, qual a diferença entre Impulse Response, Cab Sim, Capture, Profile e Amp Modeling?

A tecnologia trouxe inúmeras possibilidades formidáveis aos guitarristas. Às vezes, contudo, é difícil entender alguns termos relacionados aos aparelhos digitais. Por exemplo, qual a diferença entre Impulse Response e Cab Sim? Outra dúvida comum: Amp Modeling, Capture e Profile são a mesma coisa?

Nesse contexto, preparamos um conteúdo especial sobre esses recursos presentes em grande parte das pedaleiras e plugins modernos para guitarra. Ou seja, de forma simples e objetiva, vamos explicar o que caracteriza cada um desses mecanismos. Curtiu a proposta? Então, continue conosco!

As diferenças entre Amp Modeling, Capture e Profile

Em primeiro lugar, é importante entender as diferenças entre simulação de amplificadores, capturas e perfis. Amp Modeling (ou modelagem de amplificadores) é a famosa “simulação”. Apesar de haver simulações analógicas, a maioria é digital.

Trata-se de uma tecnologia presente tanto em pedaleiras antigas quanto novas, como o Line 6 POD (o famoso “feijãozinho”) e a moderna Fractal FM9, só para citar alguns exemplos. Bom, e o que eles têm em comum? A emulação completa de um amplificador real.

Em outras palavras, quando se trata de Amp Modeling, o circuito, o modo de funcionamento e as características sonoras dos amps físicos são recriados do zero. É quase uma “engenharia reversa”. O aparelho real é apenas uma referência para o resultado sonoro, e não a fonte direta dele. 

Por sua vez, os Captures e Profiles, presentes na pedaleira Neural DSP Quad Cortex e nos produtos da Kemper, respectivamente, são obtidos a partir do amplificador real. Essas empresas criaram um método de “fotografar” o som dos amps. Ou seja, não é uma simulação, mas um retrato da realidade. 

Isso quer dizer que os Captures e Profiles trabalham da mesma maneira: “clonando” o timbre do amp físico a partir de recursos avançados de análise de áudio. Basicamente, Captures e Profiles têm o mesmo objetivo e proposta, apesar de batizados de forma diferente por Neural DSP e Kemper. 

Prós e contras

A princípio, por serem obtidos a partir do amplificador físico, Captures e Profiles apresentam um timbre mais fiel e orgânico do que a tecnologia de Amp Modeling. No entanto, por serem retratos de uma configuração específica e momentânea, não são tão flexíveis quanto as simulações. 

Na prática, ao mexer na equalização de um Profile ou Capture, os botões de equalização e ganho não reagem como os do amp real — característica que se faz presente na abordagem de Amp Modeling. Então, há prós e contras em cada uma das iniciativas, que estão em constante evolução. 

Por exemplo, a Kemper recentemente incluiu em seus aparelhos o chamado Liquid Profiling. Por meio da modelagem do comportamento dos controles de equalização e ganho de amplificadores, o recurso torna os Profiles menos estáticos e engessados. 

Outro ponto positivo dos Profiles e Captures é a possibilidade de comprar, baixar, trocar e disponibilizar os arquivos. Há comunidades inteiras e diversas empresas em torno dessa ideia. Isso não ocorre com as modelagens, pois estão “embutidas” dentro de um equipamento.

O que é Impulse Response?

A tecnologia do Impulse Response replica de maneira digital a sonoridade resultante da soma de caixas, alto-falantes e microfones. Ao contrário de uma mera simulação, os IRs são gerados a partir de equipamentos reais e muitas vezes obtidos em estúdios profissionais.

Nesse sentido, o Impulse Response está mais para uma captura do que uma modelagem. Note, porém, que o IR não analisa o timbre do amplificador em si, mas a resposta do gabinete utilizado, incluindo o microfone e a influência do próprio ambiente. 

Ou seja, enquanto as tecnologias de Profile e Capture buscam reproduzir o timbre do amplificador, o Impulse Response analisa e recria o comportamento do sinal após o amp. É por isso que, em uma pedaleira digital, os amplificadores trabalham junto aos IRs. São complementares. 

O processo de criação do Impulse Response envolve a emissão de um ruído branco nos equipamentos. Assim, a resposta é meticulosamente analisada por um software para criar o arquivo de IR, cujo formato wav pode ser lido por dispositivos compatíveis, como pedaleiras e plugins. 

Impulse Response vs. simulação de caixa

Agora, você pode estar se perguntando: “Então, o Impulse Response é uma simulação de caixa?”. Bom, o IR faz a função de Cab Sim, mas de forma distinta, já que ele não é uma simulação.  

A simulação de caixa tradicional, presente nas pedaleiras antigas, lança mão de ajustes de frequências e inserção de ambiência para lapidar o sinal do amp, tornando-o mais agradável em ligações em linha. Enfim, o Cab Sim existe para reduzir o famoso “som de abelha” quando tocamos sem um gabinete real.

O Impulse Response atinge o mesmo objetivo, mas de forma ainda mais fiel, já que se trata de uma tecnologia avançada. Afinal, o IR é resultado da análise científica do sinal emitido por equipamentos reais, e não de uma simples simulação obtida do zero. Pense assim: o Cab Sim é um “retrato falado”; já o IR é uma “fotografia”. 

Novamente, os arquivos de Impulse Response podem ser disponibilizados separadamente, sem vínculo com um aparelho específico. Isso quer dizer que você pode montar a sua coleção de IRs preferidos, o que não ocorre com as simulações de gabinete, que são parte integrante de um produto.

Fique antenado!

E aí, conseguiu entender de uma vez por todas a diferença entre Impulse Response, Cab Sim, Capture, Profile e Amp Modeling? Embora pareçam complicados à primeira vista, esses termos relacionados ao mundo da guitarra até que apresentam essência simples. 

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Até mais! Muitos bends. 

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