Como ficam os FI-Infra em 2025? Entenda os cenários

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Como ficam os FI-Infra em 2025? Entenda os cenários

A expectativa para os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) em 2025 apresenta um cenário desafiador, mas promissor. Apesar do impacto da alta dos juros sobre o ambiente econômico, especialistas acreditam que esses fundos vão se dar bem com a relevância da iniciativa privada na infraestrutura do Brasil e das vantagens fiscais que cercam os FI-Infras. 

O ano de 2024 foi ano de emissão recorde de novas debêntures incentivadas, com captação de R$ 138 bilhões. No mercado secundário, as negociações chegaram à marca de R$ 254 bilhões. E a necessidade de investimentos em infraestrutura em um país “continental” como o Brasil não para por aí. 

Como os fundos do tipo FI-Infra investem em debêntures incentivadas, eles são naturalmente grandes beneficiados pelo aquecimento do setor de infraestrutura. Listados em bolsa, os FI-Infras pagam rendimentos regulares – a maioria, mensal – com a vantagem da isenção de imposto de renda na venda das cotas e nos seus dividendos. 

O dilema do ano de 2025 é que o ambiente de juros elevados pode oferecer dificuldades, tanto para as empresas que tomam dívida no segmento quanto para os fundos FI-Infra que precisam de fazer novas captações.

Mesmo assim, há espaço para o investidor obter lucros investindo em FI-Infra, principalmente pelo nível de desconto dos fundos em relação à cota patrimonial. 

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Desafios sim, mas o setor de infraestrutura é forte!

Os gestores de fundos do setor, Marianne Moraes, da Inter Asset, e Rodrigo Wainberg, da Suno Asset, existe uma espécie de “otimismo cauteloso” em relação às oportunidades no setor de infraestrutura, que demanda de grande investimento, principalmente da iniciativa privada.  

Na visão de Moraes, responsável pelo BIDB11, ressalta como o ano de 2024 foi um marco na B3, com um número recorde de leilões de infraestrutura que superaram os patamares anteriores. Para 2025, a expectativa é que mais de 110 leilões gerem aproximadamente R$ 250 bilhões em investimentos. 

Contudo, o aumento da Selic e a pressão inflacionária levantam preocupações sobre as despesas financeiras das empresas. Moraes acredita, no entanto, que as debêntures incentivadas continuam sendo uma alternativa atrativa para o setor, especialmente devido à sua resiliência e ao histórico de taxas atrativas.

Na mesma linha, Rodrigo Wainberg, gestor do SNID11, acredita no potencial de crescimento dos FI-Infras a longo prazo, comentando que o total dos FI-Infras listados alcança “cerca de R$ 12,8 bilhões de patrimônio”, com 17 fundos operacionais e 11 pré-operacionais, indicando que “isso é pouco ainda” dado o tamanho do setor de infraestrutura. 

Sobre o risco de emissões problemáticas, ele não acredita ser um problema no segmento, afirmando que “muitos dos emissores têm dívidas de longo prazo já contratadas a taxas baixas”, o que minimiza a necessidade de refinanciamento.

Em relação aos fundos FI-Infra, o que esperar?

A gestora da Inter Asset destaca que, após o fechamento dos spreads em 2024, as debêntures incentivadas tiveram uma performance excelente. Para 2025, ela ressalta que os fundos, como o BIDB11, devem se beneficiar do carrego atrativo e das mudanças na curva de juros

Com a expectativa de um recuo das taxas no médio e longo prazo, a gestora está focada na relação risco-retorno e nas garantias dos projetos.

A gestora visa aumentar a diversificação de risco e maximizar os ganhos do fundo, mantendo os elevados padrões de qualidade de crédito. 

Com a maioria dos FI-Infra com os preços das cotas em baixa, a gestão do BIDB11 acredita que estamos em uma “janela de aquisição interessante, com o preço das cotas refletindo um desconto relevante em relação ao valor patrimonial”. E quando um FI-Infra paga bons dividendos e está com preço descontado na bolsa, seu retorno é maior, além da possibilidade de ganho de capital. 

Para este ano, o gestor da Suno Asset destaca que os FI-Infra com mais ativos indexados ao CDI podem oferecer ganhos interessantes aos seus cotistas, principalmente “com o aumento da Selic, atraindo maiores rendimentos e interesses dos investidores”. A expectativa dos especialistas do Boletim Focus é que a Selic, atualmente em 12,25%, alcance até 15% em 2025.

A gestora destaca que, apesar da pressão no mercado devido ao baixo spread das debêntures incentivadas, está posicionada para girar a carteira e aproveitar operações interessantes. Inclusive, no seu relatório gerencial do mês de novembro, a gestão do SNID11 disse que o FI-Infra pode pagar rendimentos maiores, no patamar de R$ 0,11 por cota. 

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