A rica história da Argentina nas águas abertas

A Argentina é um país com muita tradição na natação. Além de feitos históricos, como as três medalhas olímpicas conquistadas, os hermanos também têm uma rica história a nível internacional nas águas abertas. De títulos mundiais nos circuitos da World Aquatics a medalhas em Jogos Pan-Americanos, passando por incríveis ultramaratonas, algumas tidas como as mais difíceis do mundo. Neste texto trazemos um pouco sobre a rica história argentina nas águas abertas.

Em Jogos Olímpicos a melhor participação argentina foi em Tóquio-2020, com a veterana Cecilia Biagioli que terminou a maratona de 10 km na 12ª colocação. Ela também disputou a prova nos Jogos de Londres-2012, terminando em 16º lugar. As outras participações olímpicas “hermanas” foram nos Jogos de Pequim-2008, com Damian Blaum ficando em 21º lugar na prova masculina e Antonella Bogarin finalizando a maratona feminina em 24º lugar.

Damian Blaum – Foto: Reprodução

Nos Jogos Pan-Americanos a Argentina ostenta um retrospecto de respeito. O país é o terceiro no quadro geral de medalhas, atrás somente dos Estados Unidos e do Brasil. Os argentinos tem uma medalha de ouro, com Cecilia Biagioli nos Jogos de Guadalajara-2011, duas pratas novamente com Biagioli em Lima-2019 e Franco Cassini em Santiago-2023 e mais um bronze com Guillermo Bertola em Guadalajara-2011.

Nos eventos da World Aquatics, os melhores desempenhos vieram no antigo Grand Prix, o circuito de ultramaratonas da entidade. Damiam Blaum sagrou-se campeão do evento na temporada 2013 e foi durante quase uma década um dos melhores nadadores do mundo em provas de ultramaratona. Pilar Geijo foi outra atleta de grande destaque na ultramaratona, tenho obtido 39 pódios no Grand Prix, sendo 13 vitórias e cinco títulos mundiais em 2010, 2011, 204, 2015 e 2019.

Pilar Geijo – Foto: Reprodução

Além da dupla, Guillermo Bertola e Cecilia Biagiloi também são outros atletas argentinos a acumular vitórias e pódios no circuito Grand Prix. Bertolli teve oito pódios no evento, com duas vitórias, e Cecilia subiu ao pódio sete vezes, seis delas no primeiro lugar. Em 2018 a dupla conseguiu uma dobradinha histórica na Travessia Santa Fé-Coronda, de 57 km, fazendo a festa da torcida local.

E por falar em eventos a Argentina teve sempre ultramaratonas disputadas por atletas de todo o mundo. A Travessia Santa Fé-Corona tem 57 km de percurso ao longo do Rio Coronda e foi dsputada pela primeira vez em 1961 e nos anos 1990 tornou-se internacional. Já a Travessia Hernandarias-Paraná também fez parte do circuito do Grand Prix. Com impactantes 88 km de percurso, a prova foi a de maior percurso do circuito internacional e ocorria nas águas do Rio Paraná, com os nadadores descendo o rio juntamente da correnteza.

Cecilia Biagioli e Guillermo Bertola com seus troféus – Foto: Fina/Reprodução

Mas o desafio mais tradicional de águas abertas na Argentina é a Travessia do Rio da Plata, disputada pela primeira vez em 1923. Na ocasião, a jovem argentina Lilian Harrison, de 19 anos de idade, levou pouco mais de 24 horas para atravessar o rio no dia 21 de dezembro de 1923. Lilian é até hoje um dos principais nomes das águas abertas da América do Sul. Filha de imigrantes ingleses, ela também atravessou o Canal da Mancha em 1924. Ano passado foi lançada uma biografia da nadadora intitulada “Nadando contra las corrientes: Lilian Harrison y los cruces a nado en la década de 1920“, escrita pelos pesquisadores Matthew Brown e Pablo Ariel Scharagrodsky.

E por falar em Canal da Mancha é impossível não citar o lendário treinador Claudio Plit. Ao longo de sua carreira como nadador de ultramaratonas ele somou diversos títulos internacionais, com destaque para o pentacampeonato na tradicional Travessia Internacional de Lac Saint-Jean, no Canadá, e o tetracampeonato seguido na Travessia Santa Fé-Corona na década de 1970. Hoje ele é um dos principais treinadores de atletas que se desafiam na Travessia do Canal da Mancha e na Travessia Capri-Nápoli devido sua vasta experiência em provas de alta dificuldade.

Lilian Harrison – Foto: Reprodução

A natação argentina de águas abertas também já esteve nas páginas do famoso Guinness Book, o livro dos recordes. Em 1981 o nadador Ricardo Hoffman estabeleceu o recorde de “maio distância nadada sem parar”. Na ocasião, o argentino nadou 481,5 km nas águas do Rio Paraná ao longo de 84 horas e 37 minutos. A marca esteve no livro dos recordes durante 20 anos, até que o esloveno Martin Strel superou a marca em 2001 ao nadar 504,5 km no Rio Danúbio, entre a Áustria e Hungria.

E como não poderia deixar de ser, a Argentina também conta com diversos circuitos para o público mais amador, que também atrai a atenção de nadadores brasileiros. Um deles é o Circuito Open Water Argentina que conta com várias etapas pelo país.

Claudio Plit – Foto: Reprodução

Outro grande evento é o OCEANMAN Argentina, que tem diferentes distâncias e que vai acontecer na cidade de Embalse, na região de Córdoba, nos próximos dias 8 e 9 de março. Lembrando que quem fizer sua inscrição para o OCEANMAN Argentina e utilizar o cupom com o nome SWIM CHANNEL, terá 15% de desconto no evento. Para mais detalhes acesse: https://www.rockthesport.com/en/event/oceanmancordoba2025.

Como visto, a Argentina é um país com muita tradição e história nas águas abertas. E essa história seguirá sendo escrita com jovens talentos que seguem sendo revelados pelos hermanos e novas provas sendo disputadas, além das grandes ultramaratonas sendo mantidas.

Banner do OCEANMAN Argentina – Foto: Reprodução

 

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