Doze anos depois, será o Santos a chance de redenção de Neymar?

Doze anos se passaram desde que Neymar deixou o Santos Futebol Clube rumo ao estrelato do futebol mundial. Em 2025, o craque brasileiro retorna ao clube que o revelou para o mundo, reacendendo a paixão da torcida e trazendo consigo um legado repleto de conquistas, desafios e muitas polêmicas. Tanto nos bastidores como na mídia ventila-se a possibilidade de Neymar comprar o departamento de futebol do clube e transformá-lo numa SAF.

Com um início brilhante no Santos, Neymar estreou pelo time profissional em 2009 e rapidamente se destacou por sua habilidade, velocidade e dribles desconcertantes. Seu talento o colocou no radar dos maiores clubes do mundo e, em 2013, transferiu-se para o Barcelona, onde formou o lendário trio MSN ao lado de Lionel Messi e Luis Suárez.

Em 2017, Neymar protagonizou a transferência mais cara da história do futebol, ao se juntar ao Paris Saint-Germain (PSG) por € 222 milhões. Dispensado pelo clube francês, foi anunciado pelo time saudita Al-Hilal em 2023, numa transação de € 90 milhões, tornando-se a maior contratação feita por um clube não europeu na história. Sua passagem pela Arábia Saudita, porém, foi marcada por lesões recorrentes e longos afastamentos dos gramados.

Frequentemente criticado por suas quedas exageradas, simulações de faltas em campo e um temperamento explosivo que irradia para a vida pessoal, Neymar retorna ao Santos em um momento simbólico de sua carreira. Podendo vangloriar-se de estar mais calejado, experiente e maduro, o Menino Ney, aquele que parece não ter crescido e amadurecido, traz na bagagem não apenas uma coleção de títulos, mas também uma trajetória repleta de altos e baixos.

Sua volta à Vila Belmiro, formalizada num contrato de seis meses, representa uma oportunidade de o jogador reconectar-se com suas origens e talvez inspirá-lo a mostrar o futebol que ele teve e ainda pode apresentar. Mas pelo simbolismo de um ciclo que se fecha e, ao mesmo tempo, se renova, é importante ter em mente que o histórico de Neymar, que completa 33 anos nesta semana, pode tanto colocar o Peixe no céu como levá-lo às profundezas. Numa ótica individual, pode ser a última chance de Neymar, tanto como jogador em clubes como na Seleção Brasileira.

Títulos de todos os tamanhos:

• Santos: Campeonato Paulista (2010, 2011 e 2012), Copa do Brasil (2010), Copa Libertadores da América (2011) e Recopa Sul-Americana (2012).
• Barcelona: Supercopa da Espanha (2013), La Liga (2014-15 e 2015-16), Copa do Rei (2014-15, 2015-16 e 2016-17), Liga dos Campeões da UEFA (2014-15) e Copa do Mundo de Clubes da FIFA (2015).
• Paris Saint-Germain: Ligue 1 (2017-18, 2018-19, 2019-20, 2021-22 e 2022-23), Copa da França (2017-18, 2019-20 e 2020-21), Copa da Liga Francesa (2017-18 e 2019-20) e Supercopa da França (2018, 2020 e 2022).
• Al-Hilal: Campeonato Saudita (2023-24).
• Seleção Brasileira: Copa das Confederações da FIFA (2013) e Jogos Olímpicos (2016).

Relembre algumas polêmicas dentro e fora do campo:

• Junto com outros jogadores evangélicos do Santos, como Paulo Henrique Ganso e Robinho, Neymar se recusou a distribuir ovos de Páscoa em um gesto de caridade para uma instituição de viés espírita da cidade, alegando razões religiosas.
• Durante uma partida contra o Avaí, Neymar foi acusado pelo técnico Antônio Lopes de ter agredido com socos e uma cotovelada um defensor de seu time e, ainda por cima, de ter provocado o zagueiro Emerson Nunes dizendo a ele “Sou milionário e posso tudo”.
• Discussão acalorada com o então técnico santista Dorival Júnior, atual treinador da Seleção Brasileira, o que rendeu a saída do treinador do time paulista.

• Foi processado pelo juiz Sandro Meira Ricci por conta de uma declaração no Twitter, na qual teria chamado o juiz de “ladrão”.
• Rixa com o locutor Galvão Bueno, que fez críticas a Neymar em diversos momentos, como na Copa América de 2015, no início das Olimpíadas de 2016 e em outros jogos da Seleção Brasileira.
• Passou por uma série de investigações sobre irregularidades financeiras e disputas judiciais sobre sua transferência do Santos para o Barcelona.
• Desentendimentos no PSG com seus companheiros de time, sendo o mais marcante com o uruguaio Edinson Cavani, para definir o cobrador de bolas paradas.
• Agressão com socos a um torcedor que dirigia insultos aos jogadores do Paris Saint-Germain, que havia perdido o título da Copa da França.

• Acusação de estupro pela modelo brasileira Nájila Trindade, num caso que ganhou grande repercussão, e outra de assédio sexual feita por uma funcionária da Nike, que rompeu o contrato de patrocínio com o jogador e instruiu sua funcionária a denunciar o caso.

• Histórico de problemas com festas. A primeira delas envolveu garotas de programa, o que irritou o técnico santista Dorival Júnior, em 2010. Ficaram famosas e foram muito criticadas as promovidas pelo jogador logo após as derrotas e eliminações da Seleção Brasileira. A mais polêmica delas foi a festa na mansão do jogador, em Mangaratiba (RJ), para 500 convidados, em 2020, em meio à pandemia de Covid-19.
• Durante o auge da polarização política no Brasil, Neymar recebeu de presente de Jair Bolsonaro uma medalha com as palavras “imbrochável, imorrível e incomível”, que foi usada pelo ex-presidente para se definir durante o mandato.

• Suposta ajuda financeira ao amigo Daniel Alves para pagar a fiança que o tirou da prisão, na Espanha, após condenação por estupro.

• Defesa e campanha pública pela aprovação da PEC das Praias e bate-boca intenso com a atriz Luana Piovani nas redes sociais.