Bolo envenenado: suspeita é levada para prestar novo depoimento à Polícia Civil e fica em silêncio


Deise Moura dos Anjos foi levada à delegacia de Torres, que investiga mortes de três mulheres que comeram bolo envenenado com arsênio no Natal. Suspeita de envenenar família chega a delegacia para prestar depoimento
A suspeita de causar a morte de quatro pessoas da família com arsênio prestou depoimento nesta terça-feira (4) na delegacia de Polícia de Torres, Litoral Norte do RS. Deise Moura dos Anjos exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio e não respondeu aos questionamentos do delegado Marcos Vinícius Veloso.
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Ela chegou na delegacia às 13h52, trazida em uma viatura da Polícia Civil, que buscou ela na Penitenciária Estadual Feminina de Torres. Às 14h12, ela voltou algemada para o porta-malas da viatura que teve como destino à cadeia, um deslocamento de sete minutos. A equipe da RBS TV acompanhou com exclusividade a chegada e o retorno de Deise. Assista no vídeo acima.
O advogado dela, Cassyus Pontes, acompanhou o depoimento. A RBS TV entrou em contato com ele, mas não obteve retorno até a mais recente atualização desta reportagem.
Entenda quem é quem no caso do bolo em Torres
Veja linha do tempo da investigação
O inquérito policial que apura a suspeita de envenenamento do bolo comido pela família está na etapa final, segundo a Polícia, que considera que não tem mais outras provas ou depoimentos pra fazer.
Outros dois inquéritos serão abertos e devem usar provas deste caso.
Um pela Delegacia de Polícia de Arroio do Sal, para investigar a morte do sogro de Deise, Paulo dos Anjos, e envenenamento da esposa dele, Zeli dos Anjos, em setembro de 2024.
E outro, pela delegacia de Nova Santa Rita, para apurar a tentativa de homicídio do marido e do filho de Deise, em novembro de 2024, após tomarem um suco de manga envenenado.
Além disso, polícia avalia abertura de inquérito para investigar a venda de veneno pela internet e outro parar apurar a morte do pai da suspeita, ocorrida em 2020, supostamente por cirrose.
A polícia pretende finalizar a investigação sobre o bolo envenenado ainda no mês de fevereiro.
Deise dos Anjos foi levada a depôr na delegacia de Torres
Vítor Rosa/RBS TV
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.
A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital na sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.
Perícia confirmou a presença de arsênio na farinha usada para fazer o bolo. Segundo a Polícia Civil, Deise teria colocado o veveno no ingrediente pois tinha desavenças com a sogra. Ela foi presa preventivamente no dia 5 de janeiro.
Depois das mortes, a polícia pediu a exumação do corpo do marido de Zeli, Paulo, morto em fevereiro por intoxicação alimentar. Foi constatada a presença de arsênio no corpo.
E, em depoimento à Polícia Civil, o marido de Deise afirmou ter passado mal após tomar um suco preparado pela esposa, juntamente com o filho do casal. A Polícia também deve apurar esse caso.
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