Após operação, comércio de falsificados segue e festeja “fim da concorrência”

Mesmo após a operação da polícia que apreendeu R$ 2,3 milhões em produtos, a venda de mercadorias falsificadas continua a todo vapor no Centro de Campo Grande, agora sem rede de 4 lojas que era concorrente “desleal” conforme outros vendedores.  Ontem a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) fiscalizou comércios da região central com 8 toneladas de roupas e sapatos apreendidos em uma única loja. Vendedora de 40 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, criticou a seletividade da ação. Segundo ela, tem lojistas com estabelecimentos em ruas tradicionais do comércio central vendendo produtos falsificados e comemorando que perdeu o concorrente. “Vieram em três lojas, mas porque não entraram nos comércios ao lado. Entendo que não dá para abordar todos no mesmo dia, mas porque não fiscalizam um por um”, disse. A loja em que a mulher trabalha foi alvo da polícia no ano passado, justamente por causa de mercadoria falsificada.  A “conversa” na manhã desta quinta-feira é de que empresário que foi “com muita cede ao pote” passou a ser visto como concorrência desleal e acabou no alvo da polícia. Dono de loja há 13 anos no Camelódromo de Campo Grande, comerciante de 53 anos, assume que vende réplica e tem receio de ser alvo de operação. “Trazemos tudo com nota, mas corremos o risco de alguma grande marca denunciar a gente”, contou.  A administração do local se nega a falar sobre o assunto, mas o comerciante não. Ele diz que para, evitar chamar atenção, procura deixar os produtos falsificados mais escondidos. “Lá [nos estabelecimentos alvos], estava muito explícito, tênis por R$ 70. O cara entrou com muita força no mercado, tinha 4 lojas”, pontuou.  A filósofa Aline Maria Vilas Boas, de 40 anos, havia acabado de comprar o que chamam de réplica de um perfume.  “Sei que o produto não é original, o vendedor explicou que o cheiro vai durar 8 horas, enquanto que do original dura 20 horas, mas paguei R$ 50, o original custa mais de R$ 100”, justificou.  Outra cliente, Maria de Fátima da Silva, de 56 anos, também tinha comprado uma mochila de marca falsificada para a filha de 10 anos. Ao ser questionada afirmou que muitas vezes o barato sai mais caro, mas acaba comprando pelo valor mais acessível Ela citou experiências ruins com produtos de má qualidade. “As condições fazem a gente comprar um similar porque é mais barato, mas já comprei mochila falsificada que estragou muito rápido e um tênis que descolou a sola”, disse.  A denúncia à polícia, que motivou a operação, foi feita pelas próprias marcas por meio de escritórios internacionais. Os produtos falsificados apreendidos pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) somam aproximadamente R$ 2,3 milhões. Ontem foram fiscalizadas três lojas: das Avenidas Calógeras e Afonso Pena, e também na Rua Barão do Rio Branco com a 14 de Julho. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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