Crianças com câncer em MS sofrem com falta de hospitais, revela estudo

Em Mato Grosso do Sul, a luta contra o câncer infantojuvenil enfrenta um desafio estrutural alarmante: o estado conta com apenas um hospital habilitado para o tratamento da doença, segundo o Panorama da Oncologia Pediátrica do Instituto Desiderata. A realidade contrasta com os 120 novos casos estimados anualmente entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, um número significativo para uma rede hospitalar tão limitada. A taxa de incidência de câncer infantojuvenil no estado é de 132,2 casos por milhão, próxima da média nacional, que é de 134,8 por milhão. No entanto, a falta de hospitais especializados impõe um obstáculo crítico ao diagnóstico e tratamento precoce, fundamentais para aumentar as chances de cura, conforme o levantamento. Em comparação, estados como São Paulo (22 hospitais habilitados) e Minas Gerais (7 hospitais habilitados) apresentam uma estrutura muito mais robusta, refletindo um acesso mais facilitado a serviços de saúde especializados. Atualmente, o único hospital habilitado para tratar o câncer infantojuvenil em Mato Grosso do Sul é o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), localizado em Campo Grande. Dentro do HRMS, funciona o Centro de Tratamento de Oncologia Infantil (Cetohi), que desde sua inauguração em maio de 2000 atende crianças e adolescentes de 0 a 18 anos com doenças oncológicas e hematológicas. O Cetohi possui 20 leitos, sendo 16 de isolamento e 4 para quimioterapia, além de oito leitos de quimioterapia ambulatorial.  Outro dado preocupante é que 5,6% das crianças diagnosticadas com câncer em Mato Grosso do Sul não iniciam o tratamento, percentual ligeiramente acima da média nacional de 5,5%. A falta de unidades especializadas pode estar entre os fatores que levam a essa estatística, uma vez que muitos pacientes precisam buscar atendimento em outros estados, aumentando os desafios logísticos e financeiros para as famílias. Mato Grosso do Sul registra uma taxa média de 42,9 óbitos por milhão, praticamente idêntica à média nacional de 42,6 por milhão. Diante desse cenário, especialistas alertam para a urgência de políticas públicas que fortaleçam a rede de oncologia pediátrica no estado.  A desigualdade na oferta de serviços especializados fica mais evidente quando se observa que estados como Santa Catarina (3 hospitais habilitados), Paraná (7) e Rio de Janeiro (6) oferecem múltiplas opções de atendimento, enquanto Mato Grosso do Sul conta com apenas uma. Essa concentração de serviços em poucas regiões do país, propõe o Panorama, reforça a necessidade de descentralizar o atendimento para garantir que crianças e adolescentes tenham acesso ao tratamento sem precisar enfrentar deslocamentos exaustivos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas  redes sociais .
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