Em 2 anos, 213 pessoas morreram durante abordagens policiais em MS

Em 4 anos, Mato Grosso do Sul registrou 399 mortes por intervenção policial, 213 em 2023 e 2024. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública. De acordo com o portal, o maior número de casos foi registrado em 2020, sendo 134 ocorrências e em 2021 não houve nenhum homicídio nos chamados confrontos com as forças de segurança pública. Conforme os dados, em 2022 foi registrado o menor número de casos com 52 ocorrências. Já em 2023 os registros saltaram para 127, representando um aumento de 144% e em 2024, houve uma queda de 32,28% com 86 mortes em abordagens policiais durante todo o ano. O último caso registrado no ano passado foi no dia 23 de dezembro em Dourados, cidade a 251 quilômetros de Campo Grande. Na ocasião, Rodrigo Gonçalves, 29 anos, foi baleado por policiais militares após ameaçar a guarnição com um machado. O rapaz chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital da Vida. Ele era paciente psiquiátrico. Ainda de acordo com o levantamento, em 2024 o maior número de mortes em confrontos aconteceu no mês de março com 13 registros, seguido de dezembro com 12 e novembro com 9. Os dados mostram ainda que em média foram registradas 7 mortes por mês durante abordagens policiais no ano passado. Se fizermos a média dos últimos 4 anos, foram ao menos oito mortes por mês entre 2020 e 2024. Do total, 372 vítimas eram homens, seis eram mulheres e 21 uma não tiveram o gênero informado.  Já entre 2015 e 2024, os dados mostram que houve aumento de 473% nas ocorrências de mortes por intervenção policial, em números exatos, os registros saltaram de 15 para 86 em 9 anos. Em 2025, segundo o portal Sigo Estatística da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), já foram registradas 13 mortes por intervenção de agentes do Estado, sendo dez delas no primeiro mês do ano e o último caso registrado aconteceu na madrugada do dia 2 de fevereiro. Na ocasião, Tainara Gonçalves Machado, Luiz Kaio Garsino dos Santos e adolescente de 16 anos morreram após invadir loja de joias no Centro de Campo Grande. O trio roubou e espancou ourives de 71 anos e acabou sendo baleado por equipes da Polícia Militar. Eles foram socorridos, mas não resistiram e morreram. Polícia atua para reagir – O delegado que ministra cursos de TPPO (Técnicas Policiais e Procedimentos Operacionais), Guilherme Scucuglia, explicou na prática diária os militares precisam estar pronto para reagir à mínima menção de perigo à própria vida, ainda que não tenha disparo ou ataque direto durante a ocorrência.  “Isso tecnicamente se chama legítima defesa, quando um policial vê que sua vida, sua integridade física está em risco a ponto de eventualmente vir a sofrer um dano, não necessariamente ter sofrido um dano, mas vir a sofrer um dano, esse policial, ele tem por dever legal ou por autorização legal, a possibilidade de reagir com os meios que ele tiver à sua disposição. Desde que esse meio seja efetivo”, detalhou o delegado titular da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros).  Conforme Scucuglia, o policial atua para reagir e não para matar. “A atividade da polícia não se trata de matar as pessoas. A gente lida com pessoas com alto poder vulnerante (capacidade de um objeto ou arma de causar dano) e vez por outra a gente precisa agir, num português claro, para não morrer”, finaliza.  Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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