Advogado de Sorocaba é alvo de operação da PF contra quadrilha que movimentou R$ 7,5 bilhões em fraudes financeiras


De acordo com a PF, o advogado teve a inscrição da OAB suspensa. Operação desarticula uma quadrilha suspeita de movimentar R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro por meio de bancos digitais. Fachada do prédio da OAB Sorocaba (SP)
OAB Sorocaba/Divulgação
Um advogado de Sorocaba (SP) teve a inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspensa por suspeita de participação em uma organização criminosa de lavagem de dinheiro. A ação ocorreu na manhã desta quarta-feira (28), durante uma operação da Polícia Federal de Campinas (SP).
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De acordo com a PF, a Operação “Concierge” desarticula uma quadrilha suspeita de movimentar R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, o grupo criou dois bancos digitais não autorizados pelo Banco Central (Bacen) para a prática das fraudes financeiras.
A PF cumpriu dez mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão. Além de Sorocaba, os agentes cumpriram mandados em Jundiaí, Votorantim, Campinas, Americana, Valinhos, Paulínia, Embu Guaçu, Santana do Parnaíba, Osasco, São Caetano do Sul, São Paulo, Barueri, Ilha Bela e Belo Horizonte (MG).
A Polícia Federal não divulgou o nome do advogado preso. Em Campinas, um advogado também teve a inscrição da OAB suspensa. Além das prisões e buscas, também foram determinadas a suspensão das atividades de 194 empresas usadas pela organização criminosa para dissimular as transações. A PF também solicitou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.
A OAB Sorocaba informou que está ciente da operação e que acompanha o cumprimento do mandado na casa e no escritório do advogado.
Os investigados podem responder pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e associação criminosa.
Operação teve participação de 200 policiais federais para cumprimento a mandados de prisão preventiva, prisão temporária e mandados de busca e apreensão em 15 cidades
Polícia Federal/Divulgação
Esquema com bancos digitais
Segundo a Polícia Federal, os bancos digitais, chamados de “fintechs”, ofereciam pela internet a abertura de contas clandestinas que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial, de forma oculta. Estas contas teriam sido usadas por facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas, tributárias e de outros fins ilícitos.
Conforme a PF, as contas eram anunciadas como contas garantidas, porque eram “invisíveis” ao sistema financeiro e protegidas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento, funcionando por meio de contas bolsões, sem conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem.
Durante a investigação, a Federação Brasileira de Bancos denunciou o caso ao Ministério Público Federal.
Segundo a PF, além das contas bolsões, a organização também usou meios de pagamento com máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, permitindo a lavagem de dinheiro e pagamento de atos ilícitos de forma oculta.
Os alvos da operação estão espalhados em 15 cidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Polícia Federal/Divulgação
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