Médico que causou acidente bêbado terá que pagar 2 salários mínimos às vítimas

Réu em três casos relacionados a acidentes de trânsito, o médico João Pedro da Silva Miranda Jorge foi condenado a pagar apenas dois salários mínimos por dirigir embriagado e causar um acidente com duas vítimas em janeiro de 2017. A sentença foi proferida pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, no dia 3 de fevereiro deste ano. João Pedro foi condenado por dirigir sob efeito do álcool e por lesão corporal culposa, recebendo a pena de nove meses de detenção no regime aberto. No entanto, a pena foi substituída pelo pagamento de R$ 3.036 – valor da soma de dois salários mínimos atuais – aos feridos no acidente. A decisão também determinou a suspensão do direito de dirigir do médico por três meses. O caso em questão ocorreu no dia 27 de janeiro de 2017, quando João Pedro, sob efeito de álcool, não parou na rotatória da Avenida Euler de Azevedo e colidiu sua caminhonete Nissan Frontier 4×4 no veículo Fiat Uno, conduzido por Ismael dos Reis Sena Júnior. Durante o acidente, as vítimas Cesina Guarin Sena e Pedro Guarin Sena Geraldini ficaram feridas e precisaram ser encaminhadas ao hospital.  Segundo depoimentos de testemunhas, João Pedro estava embriagado e fugiu do local sem prestar socorro. Seu pai, João Carlos da Silva Jorge, se apresentou como o motorista do veículo, sendo denunciado por falsa comunicação. O juiz Waldir Peixoto Barbosa observou que o crime de falsa comunicação praticado pelo pai de João Pedro prescreveu, já que a pena máxima para o delito é de um ano, e o prazo de prescrição é de quatro anos. Além disso, a denúncia por esse crime foi recebida em março de 2019, ultrapassando o período de cinco anos, o que levou à extinção da punibilidade do réu. “Portanto, a condenação do acusado João Pedro pelos crimes em questão é uma medida justa”, afirmou o magistrado. A sentença inclui a substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos, que consiste no pagamento de dois salários mínimos às vítimas e na obrigação de frequentar o AA (Alcoólicos Anônimos). João Pedro também tem o direito de recorrer da sentença. Ao Campo Grande News , nesta quarta-feira (12), a defesa do médico João Pedro da Silva Miranda Jorge informou que recorrerá da decisão. Segundo o advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, a inocência do cliente foi “provada” pelo depoimento de uma das vítimas, que afirmou ter permanecido no veículo por cinco minutos após o acidente, junto aos demais ocupantes. Para a defesa, esse tempo seria suficiente para que o verdadeiro condutor deixasse o local e pegasse um táxi no supermercado próximo à rotatória. “Acredito na inocência do meu cliente, tendo em vista que ficou provado durante toda instrução que o mesmo não estava na condução do veículo. Restou provado que o pai de João Pedro estava na condução do veículo, e assim que houve a colisão o mesmo passou mal e foi em busca de um táxi para levá-lo para casa”, declarou o advogado. Outros acidentes –  João Pedro já esteve envolvido em outros dois acidentes graves em Campo Grande. Em 2 de novembro de 2017, também sob efeito do álcool, ele causou uma colisão que resultou na morte da advogada Carolina Albuquerque Macedo, de 24 anos. Por esse crime, João Pedro foi condenado a dois anos e sete meses de prisão no regime semiaberto. No dia 8 de junho de 2023, o médico se envolveu em outro acidente, desta vez no cruzamento das avenidas Paulo Coelho Machado e Rubens Gil de Camil, no Bairro Santa Fé. Uma mulher ficou gravemente ferida após seu carro ser atingido pela caminhonete Amarok dirigida por João Pedro. A vítima ficou presa às ferragens e, de acordo com o Ministério Público, ficou impossibilitada de andar por pelo menos 90 dias devido aos danos no quadril. Apesar de ser preso em julho de 2023, João Pedro foi solto pouco mais de um mês depois, em 13 de julho. Em março do ano passado, ele participou de uma audiência acompanhado de familiares e advogados, mas se recusou a falar com a equipe de reportagem que o aguardava no Fórum.  Na época, o advogado de defesa, Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, afirmou que aguardaria “novas movimentações no processo para dar uma declaração”. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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