Comurg deve ter redução de 2,5 mil funcionários, diz Mabel


Segundo prefeito, há pessoas que aparecem na folha de pagamento, mas não exercem atividades. Objetivo é reduzir gastos de R$ 100 milhões para R$ 35 milhões. Sandro Mabel, prefeito de Goiânia
Diomício Gomes / O Popular
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, afirmou que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) deve passar por uma redução de aproximadamente 2,5 mil funcionários. De acordo com Mabel, cerca de 1,2 mil servidores da companhia vão ser aposentados e devem deixar os cargos. Além disso, ele afirmou que outros 1,3 mil trabalhadores estão sendo identificados como pessoas que “não trabalham” e, portanto, serão desligados.
“Quem não estiver trabalhando não vai ficar lá, aliás, não vai ficar em lugar nenhum na prefeitura”, afirmou.
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O prefeito explicou que a Comurg fornece mão de obra para outros órgãos, como a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Sinfra), que conta com cerca de 500 funcionários da companhia. No entanto, segundo ele, há pessoas que aparecem na folha de pagamento, mas não exercem atividades.
“Tem gente que não trabalha em lugar nenhum, que não tem ponto e só aparece na folha”, destacou.
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A redução do quadro de funcionários da Comurg tem o objetivo de cortar despesas na administração municipal. O prefeito afirmou que o custo mensal com coleta de lixo e manutenção da cidade chega a R$ 100 milhões e que pretende reduzir esse valor para R$ 35 milhões.
Além da Comurg, Mabel afirmou que a Companhia de Processamento de Dados de Goiânia (Condata) também passará por mudanças. A empresa, que está em processo de liquidação, chegou a ter 200 funcionários e, segundo o prefeito, gerou um custo de quase R$ 800 mil no último mês. “Isso dá quase R$ 10 milhões por ano. Com R$ 10 milhões eu faço uma bela obra”, afirmou.
Supersalários
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, afirmou que uma auxiliar de limpeza da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) recebe um salário mensal de R$ 44 mil. Além disso, um trabalhador da limpeza urbana vinculado à companhia teve rendimentos superiores a R$ 50,3 mil em diversos meses de 2024, apesar do salário-base ser de aproximadamente R$ 1,5 mil.
Diante dessas cifras, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) determinou o recálculo dos chamados “supersalários” da Comurg. O tribunal referendou a Medida Cautelar nº 001/2025, que apura possíveis irregularidades nos pagamentos da companhia.
A decisão exige que o prefeito Sandro Mabel e o presidente da Comurg, Cleber Aparecido Santos, revisem os cálculos dos quinquênios – adicionais por tempo de serviço –, inclusive aqueles concedidos com base no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026.
Em nota enviada ao g1, a Comurg informou que “está em processo de construção um novo Plano de Cargos e Salários e que atenderá à determinação do TCM. A intenção é adequar à realidade financeira da empresa”.
Superindenizações
Além dos supersalários, dois servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) são suspeitos de envolvimento em um esquema de pagamento de acordos extrajudiciais. Juntos, eles receberam quase R$ 1 milhão. Documentos obtidos pela TV Anhanguera mostram que Edimar Ferreira da Silva recebeu R$ 336 mil em uma única parcela, enquanto João Cláudio Bastos Guimarães obteve uma indenização de R$ 662 mil, paga em duas vezes.
Ambos os acordos foram assinados por Márcio Porfírio, então chefe do departamento jurídico da companhia. Conforme informado pela TV Anhanguera, ele foi afastado da função.
O g1 não localizou as defesas dos suspeitos até a última atualização da reportagem.
De acordo com a TV Anhanguera, o esquema sob investigação teria envolvido um sistema de rachadinha. O Ministério Público também recebeu novas denúncias de pagamentos suspeitos, incluindo um acordo que somou quase R$ 1,5 milhão, dividido em três parcelas entre maio e julho de 2022. Outro caso aponta para um pagamento de R$ 1,3 milhão.
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