Dólar abre em alta em dia de expectativa por novas tarifas de Trump


No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,08%, cotada a R$ 5,7625. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um recuo de 1,69%, aos 124.380 pontos. Dólar
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O dólar abriu em leve alta nesta quinta-feira (13), com investidores na expectativa pelas novas tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia anterior.
No início da manhã desta quinta, Trump disse que hoje é o “grande dia” das tarifas recíprocas, mas ainda não deu mais detalhes. Essas tarifas serão aplicas aos países com taxas de importação para algum produto norte-americano.
Especialistas temem que o tarifaço de Trump possa gerar mais inflação nos Estados Unidos, em um momento em que o país já vê uma aceleração dos preços.
No Brasil, o destaque fica com os dados do comércio varejista, que teve um recuo de 0,1% em dezembro, segundo o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da leve queda, no ano, as vendas no comércio tiveram alta de 4,7%, maior variação desde 2012.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h20, o dólar subia 0,22%, cotado a R$ 5,7753. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,08%, cotada a R$ 5,7625.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,53% na semana;
recuo de 1,28% no mês; e
perdas de 6,75% no ano.

a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve baixa de 1,69%, aos 124.380 pontos.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,19% na semana;
perdas de 1,39% no mês;
ganho de 3,41% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Segundo informação divulgada pelo Departamento do Trabalho norte-americano, o país registrou uma alta de 0,5% em janeiro.
O resultado representa uma aceleração em comparação ao observado em dezembro (0,4%) e veio acima do esperado pelo mercado, que projetava um avanço de 0,3% no mês. O número também volta a levantar preocupações sobre o futuro dos preços e dos juros no país, principalmente em meio às constantes ameaças tarifárias de Trump.
O receio é que a imposição de tarifas aos principais parceiros comerciais dos EUA acabem encarecendo os produtos norte-americanos e pressionando a inflação do país. Esse cenário não apenas impediria o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de continuar a cortar as taxas de juros nos EUA, como também estende a preocupação com uma eventual alta de preços pelo mundo.
Nesta semana, por exemplo, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país a partir de 12 de março.
Dirigentes do Fed afirmaram que a instituição não tem pressa em reduzir os juros e que observará atentamente os desdobramentos do cenário político e econômico. Atualmente, os juros americanos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de reduzir a inflação anual, que está em 2,9%, para a meta de 2%.
Juros elevados também aumentam o rendimento dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que tende a provocar uma migração de capital estrangeiro para o país e pode fortalecer o dólar em relação a outras moedas.
Dólar mais caro também impacta a inflação em todo o mundo, já que esta é a principal moeda para as negociações comerciais e pode pressionar os preços principalmente das commodities, como combustíveis e alimentos.
Diante de todo esse cenário, falas recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, também ficaram no radar. O banqueiro central afirmou que a tarefa do BC norte-americano de levar a inflação à meta ainda está inacabada, mas reforçou a necessidade de cautela na análise de dados.
“Estamos perto, mas não chegamos lá em relação à inflação. […] Fizemos um grande progresso, mas ainda não chegamos lá”, afirmou Powell durante audiência ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, destacando que a instituição não tem pressa na condução dos juros.

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