Músico pediu cigarro e bebida depois de matar jornalista com 3 facadas no tórax

Depois de matar a ex-noiva, a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, o músico Caio Cesar Nascimento Pereira, 35, pediu cigarro e bebida para o amigo dela, que testemunhou o crime na tarde desta quarta-feira (12). Caio resistiu à prisão, mas foi contido e levado à delegacia.  As informações sobre o crime foram repassadas à imprensa pelas delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz, na manhã desta quinta-feira (13). A coletiva foi concedida na sede da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que funciona na Casa da Mulher Brasileira.  A delegada titular, Benicasa, contou que na noite anterior ao crime, terça-feira (11), Vanessa foi à Deam solicitar medida protetiva. A jornalista se sentia ameaçada pelo ex-noivo, com quem residia há quatro meses em um imóvel no Bairro São Francisco. Na tarde do dia seguinte, retornou à delegacia com um amigo, para saber o andamento do pedido. Lá, Vanessa foi informada de que a medida protetiva já havia sido deferida pela justiça.  Com o papel em mãos, saiu da Deam e foi até o imóvel, que pertencia a ela. “Foi buscar os pertences junto com o amigo”, fala Benicasa. Na delegacia, ela recusou ficar no abrigo da Casa da Mulher Brasileira e não pediu nenhuma escolta.  “Não solicitou retirada de pertences e é necessário que esse pedido venha por parte da vítima. Temos parceria com a guarda, essa vítima é encaminhada e feito o agendamento para que ela seja escoltada na retirada desses pertences”, completa Benicasa. A casa era de Vanessa, mas ela decidiu ficar abrigada com um amigo até que Caio fosse informado da medida protetiva e deixasse o imóvel.  No local, houve discussão e Vanessa pediu para que Caio deixasse a casa. “Ele aparentemente concorda em primeiro momento. Mas, o amigo que estava junto pegou o celular para fazer ligação para outra pessoa e informar que a situação estava tensa. Foi quando o agressor pegou uma faca na cozinha e deu três facadas na vítima”, explica Analu Ferraz.  O amigo correu nesse momento, puxou Vanessa para um cômodo e fechou a porta. “O autor começou a ameaçar também esse amigo, a esmurrar a porta tentando entrar. Em determinado momento, ele [Caio] pede um cigarro e uma bebida, é quando o amigo consegue acionar a polícia”, diz Analu. A jornalista chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas morreu no hospital.  Caio foi preso e permaneceu em silêncio ao ser interrogado. Ele tem extensa ficha criminal por casos de violência doméstica contra ex-companheiras, a mãe e a irmã. “Uma pessoa totalmente perturbada”, enfatiza a delegada Benicasa. Além disso, a polícia investiga possível cárcere privado envolvendo Vanessa.  Todas as vítimas que já registraram boletim contra Caio afirmaram que ele fazia uso desmedido de drogas.  Velório – A jornalista Vanessa Ricarte será velada na Câmara Municipal, a partir das 13 horas, em cerimônia aberta ao público. Depois, o corpo será levado para Três Lagoas, cidade onde a família de Vanessa mora. Lá, ela será sepultada.  Vários órgãos divulgaram nota de pesar nesta quinta-feira (13) lamentando a morte de Vanessa, que era chefe da assessoria de imprensa do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).  “É com profundo pesar e indignação que o MPT recebe a notícia do falecimento da servidora pública e jornalista, vítima de feminicídio em Campo Grande. Vanessa foi brutalmente assassinada pelo então companheiro, em um trágico episódio que evidencia a urgência de combater a violência doméstica e proteger as mulheres em situação de vulnerabilidade”.  Após a morte da jornalista, discussão sobre rede de proteção dessas vítimas será discutida entre a Polícia Civil e o Poder Judiciário, com objetivo de agilizar as medidas de acolhimento e proteção. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
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