“Inimiga das mães”: Maternidade dá cadeira de plástico para recém-operadas

“Hospital amigos da criança, mas inimigos das mães”, resume Sara Santana, de 33 anos, sobre a Maternidade Cândido Mariano. Durante 15 dias, a professora ficou na UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) onde ela e outras mães viveram os primeiros dias de pós-parto em uma cadeira de plástico ao invés de uma cama. Esse é só um dos problemas de infraestrutura denunciados por ela à reportagem nesta quinta-feira (13). “Hospital amigos da criança, mas inimigos das mães”, resume Sara Santana, de 33 anos, sobre a Maternidade Cândido Mariano. Durante 15 dias, a professora ficou na UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) onde ela e outras mães viveram os primeiros dias de pós-parto em uma cadeira de plástico ao invés de uma cama.  Sara teve o filho pela cirurgia de cesárea e ficou na maternidade com tudo coberto pelo plano de saúde da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul). Apesar do bom atendimento da equipe técnica, ela relata a precariedade da estrutura oferecida pela instituição.  “Quando eu cheguei as cadeiras eram piores, fiz uma reclamação e trocaram pelas poltronas e trouxeram mais cadeiras de plásticos. As mães estão recém operadas, ficam sentadas nesse lugar horroroso que não tem uma janela, o banheiro estava entupido”, fala. As cadeiras oferecidas, assim como as poltronas, não são os únicos problemas. No quarto, as mães não têm um acesso fácil à alimentação, pois precisam se deslocar, recém-operadas, para outra área. “Você tem que caminhar uns dois corredores e mais uma rampa para conseguir pegar comida. Onde você pega, você não pode comer no refeitório porque é só para funcionários”, comenta. Para completar, em um dos quartos que ficou, uma das máquinas que servem para esquentar o berço estava com um fusível quebrado.  Por conta desse defeito, o equipamento fazia barulhos incessantes. “Ela apita de dez em dez minutos, um apito ensurdecedor, deixa as crianças irritadas e as mães mais ainda. É, assim, surreal. Parece um cativeiro”, completa. Além da questão de infraestrutura, falta cueiro para todos os bebês. Como a família não pode trazer nada de casa para a criança, não tem como suprir essa necessidade. Em uma das noites, o bebê de Sara ficou sem um cueiro. “Chega a um determinado horário que acabam os cueiros e os bebês ficam só de fralda. Meu filho ficou com soluço uma noite toda porque não tinha e não podia levar”, afirma. Plano de saúde  – A indignação da professora se estende ao fato de ter descontos na folha de pagamento do plano de saúde, que cobriu o serviço da maternidade.  “Eu sou funcionária 40 horas, descontam dos meus dois alerites, né? Para a gente ficar nessa situação. […] Então, não tem cama, você não deita, você está operada. Eu estou a quinze dias operada, meu pé não desinchou, eu não deitei. Eu fico imaginando como é fora de um lugar com plano, porque isso aí é com plano de saúde, cadeira”, pontua.  A reportagem procurou a Maternidade Cândido Mariano sobre essas denúncias que manifestou ter feito uma série de investimentos que, juntos, somam R$ 8.500.000,00. “Reformamos por completo as nossas UTIs, com piso novo, equipamentos novos (incubadora neonatal, monitores multiparâmetros, bombas de infusão, ventiladores respiratórios, poltronas para as mães, etc), adquirimos uma nova Ambulância (a nossa tinha mais de 15 anos de uso), trocamos todas as camas das mães, todas as poltronas”.  Além disso, a instituição também cita melhorias que incluem seis mesas cirúrgicas novas, cinco bisturis elétricos novos, cinco focos cirúrgicos novos, lavadora e secadora de roupa hospitalar, autoclaves novas.   “Com muito esforço mudamos a realidade da Maternidade. Devido ao alto número de equipamentos adquiridos, ainda há produtos que não chegaram, mas até o final desse mês chegam.
Todas nossas pacientes possuem direito a refeição, disponibilizamos mais de 25.000 refeições por mês”. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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