‘Estou sem o meu amor, de quem cuida de mim’, diz esposa de ciclista assassinado em assalto no Itaim Bibi, área nobre de SP


Jaquelini Santos disse que o marido era orientador físico e querido pelos alunos. Há meses, ele andava preocupado com a segurança nos arredores do Parque do Povo, local do assalto. ‘Acreditado que Deus vai cuidar de quem nos causou esse mal’, diz esposa do ciclista assassinado no Itaim Bibi, em SP
Esposa do ciclista Vitor Medrado, morto durante um assalto no Itaim Bibi, área nobre da Zona Sul de São Paulo, a enfermeira Jaquelini Pereira do Santos se disse desolada com o assassinato do companheiro na quinta-feira (13).
Em entrevista à TV Globo, Jaquelini disse que o marido, de 46 anos, era orientador físico e querido por todos os alunos. Há meses, ele andava preocupado com a segurança das pessoas que circulam nos arredores do Parque do Povo, local onde ocorreu o assassinato.
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Emocionada, ela afirmou que “perdeu o grande amor” de sua vida, mas que “confia na Justiça Divina” para que os criminosos sejam punidos.
“A sensação é que estou sem o meu amor. Estou sem a pessoa que cuida de mim. Que tem todo um cuidado e que me ama. E que eu amo… Todo mundo fica meio órfão, meio carente. Porque ele deixa os alunos, ele deixa os pais… Sei que a vida segue. Todo mundo segue. Todos nós vamos embora um dia, mas ele tinha muita vida pela frente”, disse.
Jaquelini Pereira do Santos e o marido Vitor Medrado, de 46 anos, morto durante um assalto no Itaim Bibi, área nobre da Zona Sul de SP.
Reprodução/Redes Sociais
Ela contou que o marido “era uma pessoa que promovia saúde e era um incentivador do esporte e motivador das pessoas.
“Acredito que a providência divina cuida das pessoas. E que Deus vai cuidar de quem causou isso, nos causou esse mal. Porque ninguém merece passar por isso. Não sei se ele vai ter a justiça dos homens, mas tenho fé que na Justiça Divina ninguém sai em pune. Todo mundo paga a conta”, declarou.
Jaquelini também afirmou que costumava acompanhar o marido nas pedaladas para fazer companhia em razão da insegurança na região.
“Todos nós estamos preocupados. Ele era muito cuidadoso comigo e eu procurava ir todos os dias às 6h como ele, porque os outros horários não está tranquilo pra nenhuma outra pessoa ou ser vivo andar naquela região sozinho”, disse.
Ela contou que, recentemente, uma ciclista também foi roubada na área e ponderou que todos estão sujeitos à violência da cidade.
“Todos nós, que saímos da nossa casa, quando pisamos na rua, estamos aleatoriamente sendo escolhidos para coisas terríveis. Todo dia a gente ouve uma fatalidade, todo dia a gente ouve que algo de ruim aconteceu com alguém do bem”, desabafou.
Homenagem dos amigos
O ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, recebe homenagem de amigos em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, Zona Sul de SP.
Reprodução/TV Globo
Amigos, parentes e ativistas do ciclismo fizeram na manhã desta sexta-feira (14) um protesto silencioso no local. Eles levaram flores brancas e fizeram orações. O clima era de muita comoção e revolta.
Os amigos exigem respostas das autoridades da Segurança Pública (SSP), da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre o episódio.
O caso é investigado pelo 15° Distrito Policial do mesmo bairro.
Amigos se abraçam durante ato em homenagem ao ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, morto em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi.
Reprodução/TV Globo
Amigos se abraçam durante ato em homenagem ao ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, morto em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi.
Reprodução/TV Globo
Investigação
A Polícia Civil suspeita que o ladrão que atirou e matou o ciclista seja o mesmo que tentou roubar um motociclista no bairro Brooklin cinco horas depois e também atirou contra a vítima. A placa da moto é a mesma.
O motociclista Rafael Molina, de 27 anos, passava pela Rua Ribeiro do Vale, quando, na travessa da Avenida dos Bandeirantes, foi perseguido por dois homens em uma moto.
Câmera de segurança registrou a moto com a mesma placa nos dois assaltos, no que matou o ciclista no Parque do Povo, e do motociclista no bairro Brooklin
TV Globo
Eles mal se falam e o garupa já atira. Antes de escaparem, sem levar nada, o garupa atira mais uma vez.
O motociclista ainda percorre alguns metros, mas cai e é atropelado por um carro branco. O helicóptero Águia pousou na Avenida dos Bandeirantes para socorrê-lo. Ele está internado no Hospital das Clínicas.
Para a polícia, os dois crimes foram cometidos pelo mesmo atirador. As motos dos dois casos, além da mesma placa, têm características muito específicas. Já os pilotos, de acordo com os investigadores, são pessoas diferentes.
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