Com feridas na pele e 5h na estrada, Claudinho Serra quer tirar tornozeleira

Depois de cumprir por mais de 160 dias as medidas cautelares, que incluem o monitoramento eletrônico e toque de recolher, o ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, Claudinho Serra (PSDB), alvo da Operação Tromper, quer tirar a tornozeleira eletrônica e dormir na fazenda da família, em Anastácio, localizada a quilômetros de Campo Grande.  O pedido foi apresentado ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, na última quarta-feira (12). A defesa de Claudinho justifica a flexibilização apontando que não houve descumprimento das determinações da Justiça e por isso não há motivo para as restrições, além do equipamento causar irritações e feridas na pele. De acordo com o documento, após a deflagração da Operação, Claudinho se afastou do cargo e abandonou a vida política, sem registrar candidatura para disputar uma das 29 cadeiras da Câmara Municipal de Campo Grande. Desde então, segundo a defesa, o ex-vereador retomou as atividades como produtor rural. A mudança profissional justificou um dos pedidos. Segundo a defesa, o trajeto para chegar à fazenda da família é de 2 horas e 40 minutos, ou seja, Claudinho demorar mais de 5 horas na estrada todos os dias. “O tempo de deslocamento diário de mais de 05 horas (ida e volta) reduz consideravelmente sua jornada de trabalho efetiva, comprometendo sua produtividade e, consequentemente, sua renda”, diz a defesa. Segundo a determinação judicial, Claudinho pode sair de casa às 6h e deve retornar até às 22h. O toque de recolher já foi ampliado, inicialmente era até às 20h. Para a defesa, o monitoramento eletrônico é considerado “estigmatizante” e o uso constante “tem causado danos à saúde e integridade física”. As atividades na fazenda, somadas ao calor da região, causaram irritação e até feridas na pele.  Outros problemas apontados são a dificuldade para desempenhar atividades rurais, que frequentemente demandam mobilidade e flexibilidade, e a necessidade de recarregar o equipamento, que só pode ser feito na sede da fazenda, “limitando o exercício profissional, que tem como característica o deslocamento pela área rural”. Alvo – O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”. Na lista de investigados está os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”. Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas  redes sociais .
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