Bairro só para empresas na Serra vai ter 4.200 empregos

Perspectiva do Private Log Mestre ÁLvaro, que terá mais de 600 mil metros quadrados (m2) locáveis, com uma área total de quase 2 milhões de m2 | Foto: Private Log

O maior condomínio logístico do Brasil, o Private Log, que será construído na Serra, vai ter 4.200 empregos diretos nas diversas empresas que vão atuar no empreendimento, que terá investimento de R$ 2 bilhões.Em entrevista para A Tribuna, o fundador e CEO da Private Construtora, Mateus Vitória Oliveira, destacou que negociações estão em curso com cinco empresas, a maioria do varejo e e-commerce, para se instalar no empreendimento, que será uma espécie de bairro particular só para empresas.Segundo ele, a concepção do projeto, no Contorno do Mestre Álvaro, veio de uma “dor” do mercado capixaba, como ele define: “Hoje as grandes empresas acabam tendo de se dividir em dois ou três galpões, criando limitação. E pensamos na eficiência operacional, de otimizar custos, com vários aluguéis e ter, por exemplo, até três gerentes em vez de um só.”Oliveira destacou que o “bairro privado” foi planejado para ser um complexo europeu no País, que terá obras iniciadas em julho, feitas pela própria construtora do grupo.Ele contou que o Private Log será construído em uma área com ao todo quase 2 milhões de metros quadrados, já tendo todas as autorizações ambientais, como do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). Além disso, já tem a vegetação suprimida, o que agilizou o processo para iniciar a obra. Para as obras serão necessários 2.300 empregos, sendo que a construtora já tem 2 mil empregados, explicou o CEO. “Vamos começar a contratar assim que a obra for iniciada, em julho”.Oliveira destacou que lançou o empreendimento durante a NRF Retail Big Show, maior evento de varejo mundial, que aconteceu no mês passado em Nova Iorque. “Estavam lá os CEOs das grandes empresas do Brasil, como Pedro (Lourenço), do Supermercados BH, e a Luiza (Trajano), da Magazine Luiza. Foram 30 minutos com eu vendendo o Espírito Santo e suas potencialidades”, contou.E continuou: “Apresentei os detalhes ligados à infraestrutura e logística, de que o Estado está conectado a 70% do PIB brasileiro dentro de um raio de 1.200 quilômetros, o que facilita o escoamento de mercadorias e a distribuição para diferentes mercados”.Ele afirmou que do investimento de R$ 2 bilhões, 80% está vindo do mercado financeiro de São Paulo, e que será injetado na economia capixaba.Prefeito destaca projeto e o potencial da Serra Para o prefeito da Serra, Weverson Meireles, o investimento no condomínio logístico reflete toda a ambiência de negócios construída nos últimos anos. “Simplificamos e desburocratizamos processos, aceleramos licenciamentos e aprovações, instituímos regras claras e uma legislação simplificada e de fácil entendimento, o que traz segurança jurídica e torna a Serra um município mais ágil e atrativo para investimentos”.Ele enfatizou que a Serra ainda tem uma logística privilegiada. “Hoje, registramos, de forma disparada, a maior geração de empregos e o maior PIB do Espírito Santo. Estes são alguns dos fatores que atraem grandes empreendimentos, e agora a Serra vai sediar o maior polo logístico sustentável do Brasil. Além de toda essa grandiosidade, este será o empreendimento logístico mais sustentável da cidade, trazendo inovação e respeito ao meio ambiente”. Para o prefeito, a Serra se consolida como referência no equilíbrio entre crescimento econômico e responsabilidade ambiental. “Isso reafirma todo o planejamento e a visão de futuro que tivemos ao estruturar o Plano Diretor Municipal em 2024. Já prevíamos essa expansão estratégica ao longo do novo contorno do Mestre Álvaro”, salientou.Saiba maisO investimentoO Espírito Santo abrigará o maior condomínio de galpões logísticos do Brasil, com cerca de 620 mil metros quadrados de área bruta locável. O empreendimento é da construtora capixaba Private, que vai investir R$ 2 bilhões no projeto.A obra tem previsão de início para julho e deve ser concluída em 4 anos. A Private está em conversas com três inquilinos – um e-commerce, um farmacêutico e um operador logístico – que devem ocupar 180 mil metros quadrados, quase um terço do total.A gestão dos aluguéis será tocada pela Colliers, empresa líder em serviços profissionais diversificados e gestão de investimentos.LocalizaçãoAdquirida por R$ 378 milhões, a área de cerca de 1,5 milhão de metros quadrados, no Contorno do Mestre Álvaro, na Serra.EstruturaO projeto visa atender a padrões AAA, incluindo altura elevada de pé-direito, pisos de alta resistência e práticas avançadas de sustentabilidade. Segundo a construtora, o Private Log integra soluções de eficiência energética, como iluminação LED e energia solar, e práticas para otimizar o consumo de água e reduzir emissões.Terá posto de gasolina, um heliponto, um outlet e restaurantes.Empregos diretosOperações Logísticas e ArmazenagemOperador de empilhadeira.Auxiliar de Armazém.Conferente de Carga e Descarga.Líder de Expedição.Gerente de Logística.Transporte e DistribuiçãoMotorista de Caminhão.Analista de Roteirização.Coordenador de Frota.Administração e GestãoGerente de Operações.Analista de Supply Chain.Assistente Administrativo.Gerente de Facilities Tecnologia e AutomaçãoAnalista de TI para Logística.Engenheiro de Automação.Técnico de Manutenção de Equipamentos.Sustentabilidade e ComplianceEspecialista em ESG.Analista de Segurança do Trabalho. Engenheiro Ambiental.Serviços de ApoioSegurança Patrimonial.Equipe de Limpeza e Conservação – manutenção da higiene do espaço.Equipe de Alimentação – restaurantes e refeitórios para funcionários.Fonte: Private Log.De vendedor ambulante na porta da balada a escolhido pela ForbesDo início como vendedor ambulante ajudando a mãe, ao comando da Private Construtora, uma empresa que movimenta R$ 1,5 bilhão. Essa é o resumo da trajetória do fundador e CEO da construtora, o capixaba Mateus Vitória Oliveira, de 30 anos, que inclusive foi eleito para a lista Forbes Under 30 em 2024. “Nasci em Viana, numa família muito pobre, e desde muito novo vendendo churrasquinho e bebidas na porta de baladas e em showmício (na época eram permitidos)”, relembrou. Mateus cresceu em Vitória, em uma casa humilde. Seu pai saiu de casa quando ele tinha 3 anos. Sua mãe, agente comunitária de saúde e costureira, acumulava trabalhos.

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