Impactos causados pelo TDAH e espectro autista: “Não consegui aprender a ler”

Pessoas que possuem TDAH e TEA enfrentam muitos desafios | Foto: Imagem ilustrativa/Canva

A vida da auxiliar de serviços gerais Cristieli de Souza, de 38 anos, tem impactos profundos causados pelo Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e pelo espectro autista (TEA).O diagnóstico só veio aos 30 anos, mas até hoje ela convive com as consequências por não ter recebido tratamento adequado durante a infância. Por causa de toda dificuldade que enfrentou nos estudos, a auxiliar de serviços gerais decidiu que seus filhos não enfrentariam os mesmos problemas.Entrevista A Tribuna – Na escola, como era seu comportamento?Cristieli de Souza – Eu não sei ler. E acho que o TDAH tem influência. Tive muita dificuldade na escola. Eu chegava na sala, deitava na carteira e dormia. Na época, os professores não ligavam e minha mãe também não dava importância. Nunca consegui ler, mas sei fazer de tudo.Até que ano você conseguiu estudar?Pela dificuldade em aprender a ler, eu estudei até a 2ª série do antigo primário.E como descobriu que tinha TDAH?Aos 30 anos fui ao médico e ele me deu o diagnóstico de TDAH e autismo. Ele disse também que pela minha idade não conseguiria aprender mais. Nessa época eu já tinha descoberto que minha filha tinha TDAH.E como foi a descoberta do transtorno na sua filha?Minha filha Larissa hoje tem 17 anos, mas quando ela tinha seis anos, a madrinha dela, que é médica, percebeu que ela apresentava sinais de TDAH, como muito cansaço, não fazia o dever de casa, também era desatenta e tinha episódios de agitação. Ela me encaminhou para uma neuropediatra.Como ela respondeu ao tratamento?Ela não sabia ler e nem escrever, mas com o acompanhamento médico e remédio, até a escrita dela melhorou. Até hoje ela toma Ritalina, Atualmente ela está no 3º ano do ensino médio e também é menor aprendiz. É uma ótima aluna, e o sonho dela é no futuro se tornar médica.

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