Bancas de jornal se ajustam aos novos tempos e muitas ainda sobrevivem

Com o avanço da internet e do universo virtual, as bancas de jornal foram se transformando em pontos de venda de outros produtos, além de revistas e jornais. E atualmente nem todas se sustentam. No começo de fevereiro de 2025, uma banca que estava abandonada foi retirada da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, após queixa de moradores.
De acordo com a prefeitura, o dono da banca havia desistido do negócio e alugava o espaço para depósito irregular de materiais.
As bancas de jornal surgiram como consequência direta do avanço da imprensa no século XIX.
Na Europa e nos Estados Unidos, as bancas de jornal se tornaram pontos de venda fixos em locais de grande circulação, como estações de trem, praças públicas e centros urbanos.
Eram estruturas simples, muitas vezes improvisadas, que vendiam principalmente jornais, revistas e, eventualmente, cigarros e doces.
No Brasil, as bancas de jornal começaram a se popularizar no fim do século XIX, com o crescimento da imprensa no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Na década de 1920, surgiram os primeiros quiosques fixos padronizados, que serviam como referência para a compra de jornais impressos.
Eles eram frequentemente instalados em praças, avenidas movimentadas e perto de estações de transporte público.
Entre as décadas de 1960 e 1990, as bancas de jornal tiveram seu ápice. Além de jornais diários, elas começaram a oferecer revistas especializadas, colecionáveis, gibis, livros de bolso, figurinhas e até itens de papelaria.
A partir do fim do século XX, a popularização da internet e dos dispositivos digitais começou a afetar o modelo de negócios das bancas.
A queda nas vendas de jornais e revistas impressos, devido ao acesso online a notícias e entretenimento, forçou muitas bancas a se reinventarem.
No Brasil, muitas bancas tentaram se adaptar. Muitas passaram a vender produtos variados, como brinquedos, acessórios para celular, alimentos e bebidas. Na época das locações de filmes em vídeo, muitas passaram a vender fitas. Mas até esse negócio decaiu por causa do Youtube.
Nos anos 2010, o declínio do modelo tradicional de bancas se acentuou. Muitas fecharam suas portas devido à queda na circulação de impressos.
Em alguns países, elas se modernizaram, incorporando serviços digitais ou se tornando cafés e espaços culturais.
Em grandes cidades do Brasil, algumas bancas se tornaram espaços híbridos, como a famosa Banca Tatuí, em São Paulo.
Fundada em 2014 pela editora Lote 42 dentro de uma típica banca de revistas de São Paulo. É a primeira inteiramente dedicada a títulos independentes do Brasil.
Apesar da redução do número de bancas de jornais (São Paulo, por exemplo, tinha 4.500 em 1996 e passou para 2.400 atualmente), as bancas de jornal ainda são queridas de grande parte do público. E vendem produtos variados para se sustentar, além de fazer propagandas que também podem render algum dinheiro.
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