Inovação histórica: ranking mundial de águas abertas!

O ranking de natação de piscina, seja mundial ou simplesmente regional, não tem segredo. O nadador obtém seu tempo, não importa a prova, e na sequência um simples sistema computa todos os tempos e o ranking demonstra quem são os nadadores mais rápidos.

Mas e nas águas abertas? Se o tempo não é algo determinante na modalidade e sim a colocação nas competições, como fazer um ranking mundial? A resposta é complexa e a World Aquatics vem trabalhando nisso há muito tempo. Neste ano de 2025, pela primeira vez, foi apresentado o ranking mundial.

Quais são os critérios do Ranking?

O item principal da metodologia é classificar em níveis os eventos globais da modalidade com o seguinte “peso”:

• Eventos nível 1: Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos: neste nível, peso é de 100 pontos;
• Eventos nível 2: O circuito mundial que é a Copa do Mundo de Águas Abertas: neste nível, peso é de 72,25 pontos;
• Eventos nível 3: Eventos continentais, como os Jogos Pan-Americanos (Panam Sports), Jogos da Ásia, Campenato Europeu, Campeonato Africano, etc: neste nível, peso é de 49 pontos;
• Eventos nível 4: Eventos internacionais de federações filiadas, como o Campeonato Sul-Americano de águas abertas organizado pela Consanat: neste nível, peso é de 30,25 pontos;
• Evento nível 5: Competições de determinada importância, pré-definidas pela World Aquatics, onde possivelmente a Copa Pacífico entra neste critério: neste nível, peso é de 16 pontos.

Distancias Computadas

A ultramaratona aquática, provas acima de 15 km e que no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticas tinha a distância de 25 km, não entram no critério. O ranking engloba provas de 10 km, 5 km e 3 km, com o seguinte sistema de pontuação:

10 km: 100 pontos
5 km: 85 pontos
3 km: 70 pontos

Para lançar o primeiro ranking mundial de águas abertas, a World Aquatics computou os últimos 24 meses e os oito melhores resultados de cada atleta. Assim nasceu o seguinte ranking:

Top ten feminino

1. Sharon Van Rouwendall (NED) – 19.457 pontos
2. Leonie Beck (ALE) – 17.277 pontos
3. Ana Marcela Cunha (BRA) – 16.484 pontos
4. Mariah Deigan (EUA) – 15.633 pontos
5. Angelica Andre (POR) – 15.523 pontos
6. Betina Fabian (HUN) – 15.446 pontos
7. Viviane Jungblut (BRA) – 15.291 pontos
8. Ginevra Taddeucci (ITA) – 15.234 pontos
9. Caroline Jouisse (FRA) – 15.169 pontos
10. Kate Grime (EUA) – 13.376 pontos

Top ten masculino
1. Kristof Rasovsky (HUN) – 16.284 pontos
2. Domenico Acerenza (ITA) – 15.475 pontos
3. David Bethlehem (HUN) – 15.352 pontos
4. Oliver Klement (ALE) – 15.035 pontos
5. Loan Fontaine (FRA) – 14.213 pontos
6. Hector Pardoe (GBR) -13.967 pontos
7. Marc-Antoine Olivier (FRA) – 13.664 pontos
8. Gregorio Paltrinieri (ITA) – 13.113 pontos
9. Florian Wellbrock (ALE) – 12.596 pontos
10. Paulo Delgado (MEX) -11.638 pontos

O Ranking foi bem recebido pelos atletas do segmento?

Esta é uma resposta complexa, pois toda inovação nunca agrada a todos. Ao analisar a Copa do Mundo de Águas Abertas, cerca de 90% das provas acontecem no continente europeu, com extensão para Norte da África e Oriente Médio. Evidente que os atletas europeus são mais favorecidos, ao mesmo tempo que é o grande centro mundial das águas abertas.

Atletas que priorizam somente os eventos mais importantes, acabam ficando de fora do topo do ranking, Um dos exemplos mais explícitos é a australiana Moesha Johnson, vice-campeã olímpica em Paris-2024 nos 10 km não aparecer no top ten.

Para finalizar, a prova de 5 km acaba tendo bastante relevância no ranking e como todos sabem, não é uma distância olímpica. Mesmo com todos esses pontos, o ranking mundial de águas abertas é uma inovação que veio para agregar e deve contribuir com a evolução mundial da modalidade.

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