Corrida dos Bonecos Gigantes em Olinda tem queda de participantes, dois empates e heptacampeão que mora fora do Brasil; VÍDEO


Neste sábado (22), a menos de uma semana do carnaval, 18 competidores correram 260 metros no Sítio Histórico, carregando até 20 quilos nas costas. Corrida de Bonecos Gigantes tem duas quedas e muita irreverência em Olinda
Cheio de tradições e surpresas, o carnaval de Olinda também exige muito esforço físico. Neste sábado (22), 18 foliões — ou atletas — se reuniram para a Corrida dos Bonecos Gigantes. E, nesta 22ª edição, teve de tudo: duas quedas de participantes, dois empates e um heptacampeão que mora no exterior (veja vídeo acima).
Verdadeira prova de resistência, a corrida começou por volta das 10h40. Carregando bonecos de até 20 quilos no sol de 30 graus, os competidores saíram do Mercado da Ribeira e correram até a prefeitura, percorrendo um trajeto de 260 metros.
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Foram três provas divididas entre as categorias Leve (até 15 quilos), Pesada (a partir de 16 quilos) e Mascotes — etapa exclusiva para mulheres com bonecos dos mascotes dos três principais times de Pernambuco: Sport, Náutico e Santa Cruz.
Durante a prova, um participante da categoria Leve caiu perto do fim do percurso, machucando a perna, e teve que ser socorrido. Outro, da categoria Pesada, tombou já quase na linha de chegada. Os dois estavam conscientes e não tiveram ferimentos graves.
William Henrique Costa, heptacampeão da Corrida dos Bonecos Gigantes, levou o filho Bryan, de 1 ano e 5 meses
Artur Ferraz/g1
Pelo 7º ano seguido, o campeão da categoria Pesada foi William Henrique Costa. O artista plástico de Olinda mora, desde 2024, na cidade de Gênova, na Itália, mas fez questão de participar novamente da corrida.
“Eu amo essa cultura. Sou daqui desde que nasci. Já veio de sangue mesmo. É uma emoção tão imensa fazer parte dessa grande cultura, desse grande espetáculo, ver isso acontecer. Para mim, não tem preço. Fico, até, emocionado”, disse William ao g1.
Acompanhado da família, que vive aqui no Brasil, William levou o filho Bryan, de 1 ano e 5 meses. E fez para o menino um “miniboneco” para manter a tradição que já é de família.
“Quem participava era meu irmão, Alisson Bruno. Comecei vendo, aí ficava correndo com um boneco de papelão, uma caixa na cabeça […]. Teve um dia em que ele não pôde vir, acabei indo no lugar dele e fui campeão. De lá para cá, nunca perdi”, contou.
Empates e homenagem póstuma
Outra surpresa deste ano foram os empates em duas categorias: a Leve e a dos Mascotes. Na primeira, os vencedores foram Carlos Elias Chagas e José Gomes, que vão dividir um prêmio de R$ 2 mil.
A segunda teve como campeã Maria Vitória do Bom Parto, que carregava o boneco da Cobra Coral do Santa Cruz, e Bruna Tavares, que sustentava o Leão do Sport e foi a campeã da categoria em 2024. As duas vão ganhar, juntas, R$ 600.
“Fiquei me tremendo todinha, mas consegui. É a primeira vez que participo”, contou Maria Vitória. Para Bruna, a emoção foi muito grande. “É bom para dar oportunidade, só os homens têm. A gente também tem que ter”, comentou.
Além da brincadeira, os competidores fizeram uma homenagem a dois bonequeiros que morreram no ano passado, Cleiton e Lucas Cassiano dos Santos, amarrando uma fita preta em um dos braços de cada boneco.
“Se não fosse a gente, esse evento não aconteceria, e a gente dá a vida por esse grande espetáculo. Então eu fico muito grato e eles merecem ser homenageados, respeitados e lembrados. Dois gigantes”, declarou o heptacampeão William Henrique Costa.
O comerciante Milton Ribeiro mantém a tradição de conferir a Corrida dos Bonecos Gigantes influenciadora digital Milayne Japiassú, que foi com o pai, .
Artur Ferraz/g1
A beleza dos bonecos gigantes encantou também o público que se espremeu nas calçadas do Sítio Histórico para acompanhar o percurso. Foi o caso da influenciadora digital Milayne Japiassú, que foi com o pai, o comerciante Milton Ribeiro.
“Já é uma tradição praticamente. Ele me trazia quando eu era mais nova. Hoje tenho 20 anos e lembro muito bem de a gente vir e olhar os bonecos gigantes. E depois parou. Aí surgiu esse convite dele [do pai], do nada”, disse Milayne.
Para Milton, que levava filha nas costas quando era pequena, é impossível não participar da maior festa popular do país. “Toda vez que corre o último [colocado], já disse a ela: vamos seguir a tradição. Vamos seguir carreira junto [com os bonecos]. E termina na folia”, afirmou o comerciante.
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