De Nadal a Báez: o Rio Open é só saudade ou há luz no fim do saibro?

Rio Open teve o discreto Sebastián Báez como campeão

Cheguei ao Rio Open com a cabeça cheia de expectativas: ver o furacão João Fonseca, Zverev exibindo o tênis de top 2 do mundo, e o público transformando cada rally em festa. A realidade? Foi um torneio de contrastes.

Sebastian Báez entrou para a história como bicampeão. Justo? Merecido. Mas confesso: quando ele ergueu a taça, minha mente voltou no tempo. Mais exatamente para 2014. Lá estava o maior da história do saibro: Nadal com uma garra invejável. Nos anos seguintes vieram Ferrer chegando em todas as bolas, Thiem soltando foguetes no fundo de quadra e Alcaraz, ainda com cara de garoto encantando o saibro carioca.

Em 2025, Báez foi eficiente, mas sem o brilho que faz nosso coração acelerar. Mas o que aconteceu com os astros? Então, a conta não fechou.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Ivan Moré (@ivan_more)

Zverev jogou com a intensidade de quem estava de passagem. Holger Rune cancelou a participação sem aviso e deixou a organização no vácuo. E João Fonseca? O garoto chegou esgotado depois do título em Buenos Aires, lutou como um leão, mas caiu no primeiro round. Calma, Brasil: ele tem 18 anos e uma carreira pela frente. Compará-lo a Guga é exigir muito.

O alívio veio das duplas. Marcelo Melo e Rafael Matos resgataram o orgulho verde e amarelo com uma campanha de raça e técnica. O público deu show: lotou as arquibancadas, esgotou ingressos em outubro e transformou o Boulevard em um palco de emoções. Em 2014, era Nadal que arrastava multidões. Hoje, o próprio torneio virou atração — mesmo quando as estrelas falham em brilhar.

Rio Open teve dupla 100% brasileira campeã de duplas
Rio Open teve dupla 100% brasileira campeã de duplas (Crédito: FotoJUMP/Rio Open)

O desafio para o futuro do Rio Open

Mas há um desafio evidente: o Rio Open está numa encruzilhada. Enquanto o mundo joga em piso duro (Australian Open, Indian Wells, Miami), o Rio insiste no saibro em pleno fevereiro. Resultado? Os grandes nomes não tratam o evento como prioridade. A solução é conhecida: aderir ao piso duro e entrar no circuito glamouroso, ou mudar para abril alinhando-se à temporada europeia de saibro. Simples não é, mas talvez seja necessário.

Enquanto isso vamos valorizar o que funciona: o público e a promessa de João Fonseca que mesmo derrotado, deixou claro: o futuro pode ser incrível.


 

O post De Nadal a Báez: o Rio Open é só saudade ou há luz no fim do saibro? apareceu primeiro em Sportbuzz.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.