Corinthians: ex-técnico revela situação tensa durante passagem

António Oliveira, ex-técnico do Corinthians

O técnico António Oliveira fez revelações marcantes sobre os desafios pessoais e profissionais que enfrentou durante sua passagem pelo Corinthians, em 2023. Em entrevista ao jornal português “Tribuna Expresso”, o treinador relatou um episódio em que teve uma arma apontada para a cabeça e as dificuldades vividas no clube, como os salários atrasados que levaram jogadores a se recusarem a se concentrar antes das partidas.

António Oliveira contou que passou por um momento de grande tensão ao ser parado pela polícia após ter a placa do carro clonada. O episódio aconteceu depois de ele deixar o aniversário do filho do preparador de goleiros do Corinthians.

“Lembro-me de apontarem uma pistola à minha cabeça. Eu vinha no meu carro, olhei pelo espelho e vi um carro da polícia atrás. Mas eu estava tranquilo. Virei à direita e ele continuou a seguir-me, e de repente ligou as luzes. Pensei que poderia ter as luzes desligadas, porque era de noite. Parei o carro para entender o que estava acontecendo. O policial que dirigia saiu com a pistola armada, disse-me para sair do carro e colocar as mãos atrás das costas. Sempre com a arma apontada à minha cabeça.”

A situação só mudou quando outro policial reconheceu Oliveira e alertou o parceiro: “O parceiro do policial saiu e disse: ‘Epá, cuidado, ele é o técnico do Corinthians.’ O policial com a pistola respondeu: ‘Eu sei lá se ele é técnico do Corinthians, eu não entendo nada de futebol.’ E continuou o procedimento, mandando-me abrir as pernas. Logo depois, chegaram mais viaturas.”

Segundo o técnico português, a identidade dele foi confirmada e o caso foi resolvido. Ainda assim, ele ficou dois dias com as pernas trêmulas após o ocorrido.

Salários atrasados e clima tenso nos bastidores

António Oliveira também destacou as dificuldades que enfrentou no comando do Corinthians, principalmente devido à crise financeira que afetava o elenco. Ele revelou que, em algumas ocasiões, os jogadores se recusaram a se concentrar antes das partidas devido aos atrasos salariais.

“Houve momentos em que os jogadores chegaram a não querer se concentrar porque não recebiam. Tive de sair do treino para ir falar com o presidente, porque ele prometia que pagaria no dia seguinte. Eu disse: ‘Se você só pode pagar daqui a um ano, não diga que vai pagar amanhã, porque eles não vão receber e ficarão ainda mais chateados’.”

Diante da insatisfação do elenco, Oliveira precisou agir para evitar um cenário ainda mais caótico: “Aos jogadores que não queriam se concentrar, eu disse: ‘Há um direito e um dever. Vocês têm o direito de receber, e o clube tem a obrigação de pagar. Agora, se isso chega ao público, em vez de a cobrança ir para eles, vai virar contra vocês. Vamos ser profissionais. Eu estou do vosso lado e vou tentar sensibilizar o presidente para resolver os problemas’.”

Saída do Corinthians e reforços pós-demissão

António Oliveira foi demitido em julho de 2023, após 29 jogos à frente do Corinthians, somando 13 vitórias, nove empates e sete derrotas, com um aproveitamento de 55,1% dos pontos. Ele lamentou ter trabalhado em um período de instabilidade dentro e fora de campo e lembrou que, após sua saída, reforços importantes chegaram e ajudaram o clube a escapar do rebaixamento.


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