Anfíbios do Pantanal podem ser extintos nos próximos anos, aponta estudo


Segundo a pesquisa, não é mais possível reverter a situação, mas ainda há medidas que podem ser tomadas para melhorar o cenário. Pesquisadores durante o estudo no Pantanal.
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A aceleração das mudanças climáticas causada por ações humanas pode levar à extinção dos anfíbios no Pantanal, conforme revelou um estudo inédito, realizado pelo pesquisador Diego Santana, coordenador de um laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), junto da universidade do estado vizinho, UFMT.
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A pesquisa foi publicada em janeiro de 2025 no Journal of Applied Ecology, em colaboração com pesquisadores da Suíça. O estudo apresenta propostas para reverter o cenário atual e garantir a conservação da fauna semiaquática na bacia do Alto Paraguai, que inclui o Pantanal.
O pesquisador responsável pelo estudo, Diego Santana, contou que o projeto surgiu para estudar sobre a diversidade e distribuição dos anfíbios do Pantanal.
Segundo a pesquisa, existem cerca de 17 mil anfíbios na região e eles são os mais ameaçados de extinção, já que a as áreas protegidas, hoje, correspondem a menos de 6%. Para o pesquisador, a situação já ultrapassou o nível de urgência.
“Até o ano de 2100, em um cenário otimista, até 80% das espécies serão extintas, o que seria em média 13 de 74 espécies.”
Espécie de anfíbio Pithecopus azureus.
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Medidas urgentes
A seca que atingiu o Pantanal em 2024, queimando mais de 2 milhões de hectares, intensificou a morte de diversos animais. Diante disso, são necessárias medidas urgentes para diminuir os danos causados ao longo de dez meses.
Segundo a pesquisa, a principal causa da extinção são as mudanças climáticas. Algumas das propostas para tentar melhorar o cenário é o aumento de áreas protegidas, que atualmente correspondem a menos de 6% do território pantaneiro, através de parques nacionais e estações ecológicas. Além disso, é necessária a diminuição de emissão de carbono, que pode ser contribuído pela própria população.
Espécie de anfíbio Scinax Similis.
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*Estagiária sob supervisão de Nadine Lopes
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