Na “terra dos homens”, vender corte de cabelo, camiseta e perfume é lucro certo

A fábrica de celulose orçada em bilhões, que está na etapa de terraplenagem na MS-377, movimenta a economia na área urbana de Inocência, que dista 50 km do canteiro de obras.  Numa realidade numérica com bem menos zeros, a reportagem do Campo Grande News encontrou comerciantes animados, principalmente quem vende camiseta, cueca, perfume e corte de cabelo.  Os produtos atraem os milhares de trabalhadores que migram para a cidade, a 331 km de Campo Grande. Neivanda Dias Junqueira, 43 anos, conta que sempre trabalhou com vendas, mas agora precisou reforçar o estoque. “Teve que aumentar porque a demanda cresceu. A gente já pediu bastante mercadoria. Porque a população vai triplicar. Tem mais gente para chegar”, diz. A lista dos mais vendidos tem meias, cueca, camiseta e perfume. “Eles gostam muito de comprar perfumes e o Malbec tradicional é o que mais vende. Eles amam”, diz a comerciante. O vidro custa R$ 200. As lojas vivem os bons tempos do pleno emprego. “Aqui, não falta serviço. Tem vaga nas obras, nas firmas, no comércio. Antes era só o laticínio, prefeitura e comércio. Agora, não falta emprego e por mais que a obra seja por alguns anos, muitos vão ficar e a cidade vai crescer”, afirma Neivanda. Com tanto homem pela cidade, o movimento aumentou no salão do cabeleireiro João Reis Ferreira, 66 anos. O corte custa R$ 35. “Sempre tem cliente e vai chegar muito mais gente”, comemora.  O paulista João tem uma longa história com Inocência, município que conheceu na década de 70. “Mudei para cá em 1975, depois voltei para São Paulo. Me casei e retornei em 1981. Morei em fazenda por muito tempo e vim aqui para cidade em 1986, essa avenida aqui era areia. Já fui pedreiro, motorista e fiz curso de cabeleireiro há 24 anos”, conta. Em tantos anos, nunca havia testemunhado crescimento tão expressivo.  No salão, aumentou muito o número de clientes. Mas quando anunciou que a Arauco ia vir para cá, na primeira reunião com o prefeito, já mudou tudo”, diz João. Na obra da fábrica, são 2.400 trabalhadores, com previsão de 14 mil pessoas na etapa de construção. Mas a empresa não vem sozinha. Muitas outras firmas já chegaram a Inocência, em setores como engenharia e automação industrial. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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