Cibalena mantém a tradição e arrasta multidão em Corumbá

Sou atrevido, sou garanhão, Sou Cibalena de coração… Hoje vou cibalenar, Beber cerveja até cair…”. Os foliões com as mais extravagantes e criativas fantasias, onde homem se veste de mulher e vice-versa, percorrem mais de um quilômetro entre a concentração, na Rua Joaquim Murtinho com a Frei Mariano, e a Avenida General Rondon, onde está montado o circuito do carnaval de rua. A entrada triunfante na passarela do samba, aguardada com expectativa pelo público, simboliza a alegria, a brincadeira e a irreverência do carnaval corumbaense. O bloco de sujos se chama Cibalena, fundado há 46 anos por dois amigos frequentadores de boteco, Manduca e Valério, os quais tiveram a ideia de batizar o grupo, entre um e outro gole, com o nome de um medicamento popular. O que seria um encontro de amigos para sair sambando e zuar pelas ruas, tornou-se o maior bloco carnavalesco do Centro-Oeste. Nesta sexta-feira, mais de 30 mil pessoas invadiram o circuito do carnaval sob forte esquema de segurança. Ao passar pela avenida, se tem a dimensão do tamanho do bloco, que arrasta uma multidão distribuída por mais de seis quadras, onde a irreverência e a alegria do povo predominam com a participação de muitas famílias acompanhadas dos filhos adolescentes e menores. Este ano, os jovens foram maioria, demonstrando que as novas gerações estão assimilando o verdadeiro espírito do bloco: alegria, respeito e a troca de papeis entre homem e mulher no figurino. Sai quem quer “Os anos passam e de um carnaval para outro aumenta meia quadra de adeptos”, diz o entusiasta Elias Ferreira, 63, presidente há 15 anos da agremiação e analista fiscal. “O importante é que a essência é mantida, onde a participação do folião é democrática, sai quem quer. As camisetas comercializadas são apenas lembranças, os amigos mantêm o bloco. A presença dos jovens garante a preservação do bloco”, comenta ele, há 25 anos “cibalenando”. O público fiel e os turistas lotaram as arquibancadas e parcialmente os camarotes na passagem do Cibalena, às 23h30. O atraso na saída causou uma mistura de sons no ponto alto do desfile entre o carro de som e o palco para os shows, que insistia em executar ritmos baianos, como o axé, e o locutor anunciando os patrocinadores. Os foliões retardatários já não escutavam mais as marchinhas e o hino do bloco, com o início do show da banda Thimbahia. Mas tudo era folia! Blocos oficiais O sábado está reservado para o desfile dos 11 blocos oficiais, que sobrevivem com verbas públicas e venda de camisetas, a partir das 20h. No ano passado, o Nação Zumbi foi o campeão da categoria cantando o enredo “São Jorge, O Guerreiro Valente Que Cuida da Gente”. A programação segue também no porto geral, onde está acontecendo o Casario Folia, uma roda de samba, e no centro comunitário do distrito de Albuquerque, distante 70 km de Corumbá.
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