Laudo aponta metais pesados na água de rio atingido por rejeitos da barragem de garimpo ilegal do AP 


Análise foi realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, e os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (28). Acidente aconteceu em 11 de fevereiro. Rio Cupixi e Araguari foram afetados por conta do rompimento de uma barragem em Porto Grande
GTA/divulgação
Após analisar 9 amostras coletadas do rio Cupixi, em Pedra Branca do Amapari, o laudo emitido pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, apontou variação na presença de metais pesados na água. O local foi atingido por rejeitos após o rompimento de uma barragem de um garimpo ilegal em 11 de fevereiro. 
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Segundo o instituto, o material foi coletado nos dias 13 e 17 em horários e pontos diferentes do rio. Conforme o laudo, o resultado observado para alumínio, ferro, manganês e mercúrio apresentou valores referenciais acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). 
O documento aponta ainda um valor de mercúrio elevado em relação ao recomendado. Para o Conama, o valor referencial é 0,0002 miligramas por litro de água. Foi encontrado nas amostras 0,0003 por litro. 
Cássio Peterka, superintendente da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), destaca que a recomendação neste momento é que a população não consuma nem a água, nem os peixes do rio. 
“Com base nas amostras de água coletadas em vários pontos do Rio Cupixi, a análise da qualidade da água feita pelo Instituto Evandro Chagas confirmou a presença de metais, inclusive o mercúrio, com uma variação pequena acima do permitido pelo Conama. Até o momento, ainda não identificamos impactos significativos. Contudo, as equipes de Governo do Amapá continuam atuando com ações de campo e preventivas no local, além de prestar apoio às famílias da comunidade local”, explicou Peterka. 
Segundo a SVS, as análises possuem protocolos diferentes para cada amostra. Os sedimentos possuem um processo mais demorado, devido ao tratamento necessário do material coletado para a identificação de metais pesados. Já a análise do pescado está sendo feita por técnicos especializados do Instituto de Pesquisa do Amapá (Iepa).
Novas coletas serão realizadas para fazer novas comparações de valores da qualidade da água. A previsão é que um laudo definitivo saia na próxima semana
Relembre o acidente 
Imagens mostram contaminação de rio por lama de barragem que se rompeu em garimpo no Amapá
O rompimento da barreira de um garimpo ilegal de ouro ocorreu em 11 de fevereiro no município de Porto Grande, distante 102 quilômetros de Macapá. O acidente resultou em uma mudança significativa na coloração da água dos rios, incluindo o rio Cupixi, Amapari e Araguari, presentes na região.
A Defesa Civil Estadual decretou emergência na região e ações humanitárias começaram a ser realizadas. 
O que diz a polícia? 
Um inquérito apura a suspeita de crime ambiental. De acordo com a polícia, os responsáveis pela área de exploração ilegal já foram identificados. 
A Defesa Civil informou que, em números preliminares, cerca de 4 mil pessoas estão sendo afetadas pelo dano ambiental.
Ainda conforme a Defesa Civil, a área impactada está localizada no Igarapé Água Preta, que deságua no rio Cupixi e também atinge comunidades às margens do Rio Araguari.
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